O bispo do Algarve afirmou esta manhã, na celebração das exéquias da irmã Teresa Maria de Jesus que anteontem faleceu, que a religiosa “era o rosto da comunidade do Carmelo” por ser a rodeira daquela comunidade algarvia das Carmelitas Descalças.
“Era a primeira que encontrávamos quando chegávamos aqui”, justificou D. Manuel Quintas, lembrando na Eucaristia exequial na capela do mosteiro de Nossa Senhora Rainha do Mundo, no Patacão, concelho de Faro, os seus atributos. “Serenidade, simplicidade, bondade, testemunho de uma pessoa feliz, realizada consigo mesma, silenciosa, discreta, uma pessoa realizada interiormente, pacificada interiormente, certa e segura de que tinha acertado no caminho que tinha escolhido, um caminho totalmente preenchido pela presença de Deus, presença constantemente fortalecida pela espiritualidade que ela tinha assumido como caminho de santidade, como caminho de realização da sua vocação batismal”, enumerou.
“Por isso, queremos guardar dela este testemunho para que nos ajude a dar valor e sentido àquilo que realmente o tem; a não nos fixarmos nalgumas coisas visíveis e passageiras, mas nas invisíveis e eternas que só o olhar de fé alcança”, prosseguiu.
“Temos presente, de maneira particular, o testemunho de vida, de consagração, que a irmã Teresa Maria de Jesus nos deixou e queremos estar gratos ao Senhor por este dom, o dom da vida consagrada vivida a partir da espiritualidade que ela assumiu para a sua vida como realização da sua vocação batismal e também por fazer parte da nossa Igreja diocesana do Algarve. Por isso, manifestamos todos a nossa gratidão e o nosso reconhecimento a Deus pelo dom que ela constituiu para nós, pelo dom do seu testemunho que certamente continuará a iluminar a nossa vida de fé e também o sentido da nossa pertença a esta Igreja diocesana e a toda a Igreja”, desenvolveu.

O bispo diocesano sublinhou que “esta vida não termina com a morte, apenas se transforma”. “Celebrar a morte é celebrar a vida, a vida nova que recebemos de Cristo”, afirmou D. Manuel Quintas. “A morte é um chamamento que o Senhor nos faz. Faz-nos tantos chamamentos ao longo da vida, inclusivamente para o batismo para sermos seus filhos. A morte é o último chamamento que nos faz e nós queremos estar presentes junto desta nossa irmã nesta passagem e celebração da sua Páscoa”, afirmou.
“Queremos invocar de Deus e também a proteção de São Vicente, diácono e mártir, nosso padroeiro que hoje celebramos, para que acolha lhe dê o prémio de justos. Ela, do céu, continuará a rezar por esta diocese que foi a sua durante tantos anos e também por aqueles que foram os seus seminaristas e que são hoje os padres desta nossa Igreja diocesana”, concluiu.
A missa exequial, presidida pelo bispo do Algarve, foi concelebrada pelo superior provincial dos Carmelitas Descalços, padre Pedro Ferreira, e também por vários padres da Diocese do Algarve. Contou ainda com a presença de diáconos da diocese algarvia.
A irmã Teresa Maria de Jesus, de 91 anos e natural de Gondomar, faleceu na quinta-feira ao final do dia no Hospital de Faro, onde estava internada desde o dia 25 de dezembro passado por complicações de saúde. Era uma das fundadoras do Carmelo algarvio.
A religiosa, como acontece com todas as Carmelitas Descalças falecidas naquela comunidade, ficou sepultada no cemitério do próprio mosteiro.