
O bispo do Algarve presidiu esta noite à Procissão do Enterro do Senhor em Faro.
Antes da saída do cortejo – que contou também com a participação dos párocos da cidade, o cónego Carlos César Chantre, vigário geral da Diocese do Algarve e pároco da paróquia de São Pedro, e o padre Rui Barros Guerreiro, pároco das paróquias de São Luís, da Sé e capelão da Santa Casa da Misericórdia de Faro que promove a procissão – D. Manuel Quintas exortou a vivê-la com devoção e fé, interiorizando tudo aquilo que ela sugere para uma melhor vivência desta Páscoa.

Perante alguns milhares de pessoas, incluindo também transeuntes, mirones e curiosos que, uma vez mais, acorreram à igreja da Misericórdia, em plena baixa da capital algarvia, o prelado lembrou que a celebração do mistério da Páscoa de Cristo não termina com a sua morte porque a ela se seguiu a sua ressurreição, garantia também da ressurreição de cada cristão.

A Procissão do Enterro do Senhor mais imponente realizada no Algarve percorreu as principais artérias da baixa farense, perfumadas do rosmaninho que lhe serviu de tapete, e voltou a contar com a participação do Coro de Câmara da Sé, sob a direção do maestro Rui Jerónimo, que interpretou alguns trechos de música sacra relativos à morte de Jesus.

O secular préstito procura anualmente reviver, com densidade orante silenciosa, o episódio protagonizado por José de Arimateia. Pilatos, depois da confirmação da morte de Jesus, entregou o corpo de Cristo a este membro do conselho do Sinédrio para que fosse sepultado.

A Procissão do Senhor Morto –, a terceira de maior expressão realizada no Algarve, logo depois da de Nossa Senhora da Piedade (Mãe Soberana) e da das Tochas Floridas em São Brás de Alportel –, sai aberta por uma representação a cavalo da GNR e um friso de tochas. Segue-se a matraca, cujo som áspero, que se ouve ao longe, simboliza as ondas de ódio amontoadas à volta de Cristo. A certa distância vem o guião ladeado por duas lanternas. Alguns metros desviada, a iniciar as alas os balandraus com tochas, a cruz com o lençol pendurado. Entre as alas, o “tumbinho” carregando o corpo de Cristo, debaixo do pálio, e, no meio, seguem os três andores comportando as imagens de Nossa Senhora, o apóstolo João e Maria Madalena, os três que permaneceram junto à cruz.

Participaram ainda no préstito, que contou com o acompanhamento da Associação Filarmónica de Faro e da banda da Sociedade Filarmónica Lacobrigense 1º de Maio, autoridades civis e militares, as Ordens Terceiras de Nossa Senhora do Monte do Carmo e Franciscana Secular, a Irmandade da Misericórdia, os Bombeiros Sapadores de Faro, o Moto Clube de Faro, os grupos de jovens católicos da cidade, os agrupamentos do Corpo Nacional de Escutas, os grupos dos Escoteiros de Portugal e a companhia da Associação de Guias de Portugal, entre outras entidades e instituições.