A Fatacil, que chegou a ser considerada o maior certame de agricultura, artesanato, comércio e turismo a sul do Tejo, vai ser alvo de uma auditoria financeira aos últimos três anos, disse hoje o presidente da Câmara de Lagoa.
“Vai ser uma auditoria quer financeira, quer em termos de responsabilidade civil e [de] justificação de algumas situações menos claras que ali estão”, disse à agência Lusa Francisco Martins, adiantando que a realização da auditoria foi deliberada na terça-feira.
A Feira de Artesanato, Turismo, Agricultura, Comércio e Indústria de Lagoa (Fatacil) apresenta um passivo de “mais de 700 mil euros”, revelou o novo autarca de Lagoa, explicando que os problemas financeiros se relacionam com a Fatasul, entidade que organiza a feira.
A Fatacil continua a ser um “cartão-de-visita de Lagoa”, mas tem vindo a “perder a sua influência a nível regional e nacional, principalmente a sul do Tejo, onde já foi o maior certame organizado”, reconheceu o autarca, sublinhando que a causa da perda de notoriedade se relaciona com os problemas financeiros existentes.
“Errou-se na forma encontrada, que foi aumentar o preço dos expositores e aumentar o preço das entradas, que levou ao afastamento de expositores e de públicos”, argumentou Francisco Martins.
Para o ano de 2015, o autarca prevê que a Fatacil seja organizada com uma nova estrutura.
“É urgentíssimo criar uma estrutura que faça a gestão, não só da Fatacil, mas de todos os eventos e iniciativas que tenham uma projeção para fora do concelho, defendeu Francisco Martins.
O autarca avançou que vai realizar um estudo de avaliação da vitalidade financeira e êxito da nova estrutura, mas sublinhou que esse novo modelo de gestão não será nem permanente, nem fixo, nem com pessoas afetas para gerir e organizar um certame que dura dez dias num ano.
“É um luxo que não se vê em lado nenhum”, frisou.
O atual modelo organizativo da Fatacil assenta numa associação com dois sócios – Câmara Municipal de Lagoa e serviços sociais da autarquia – “um híbrido” chamado de Fatasul e sobre cuja “viabilidade” o autarca diz ter dúvidas do ponto de vista jurídico.
A Fatacil realizou em agosto deste ano a sua 34.ª edição, com o mar a servir de tema.