A obra compreende cartas e postais trocados entre o "presidente escritor" e o amigo de longa data a partir de 1905 e até poucos meses antes da sua morte, em outubro de 1941, em Bougie, Argélia, país onde se exilou em 1925.
Coordenada pela escritora e jornalista Manuela de Azevedo, a primeira mulher jornalista em Portugal, atualmente com 98 anos, a coletânea estava praticamente pronta para editar desde 1987, diz a autarquia em comunicado.
O conjunto das cartas e postais originais de Manuel Teixeira Gomes, até agora na posse da família, vai ser entregue ao Museu de Portimão, enriquecendo o espólio daquela estrutura sobre a vida e obra do "presidente escritor".
O livro, que será lançado na sexta feira às 18:30 no auditório do Museu de Portimão, vai ser apresentado por Nuno Severiano Teixeira, professor da Universidade Nova de Lisboa e ex-ministro da Defesa Nacional.
A publicação da obra insere-se no programa comemorativo do 150.º aniversário do nascimento de Manuel Teixeira Gomes, e partiu de uma ideia dos herdeiros de João de Barros.
Manuel Teixeira Gomes nasceu em Portimão em 1862 mas estudou em Coimbra, onde deixou o curso de Medicina para se dedicar à vida boémia e literária.
Filho de um comerciante abastado, conheceu o mundo a trabalhar na empresa de exportação de frutos secos do pai, desenvolvendo o gosto pelas artes.
Conviveu com personalidades da época, como Sampaio Bruno, João de Deus ou Columbano Bordalo Pinheiro e foi o primeiro embaixador da recém implantada República em Inglaterra, onde chegou em 1911.
Da sua obra literária constam livros como "Cartas sem Moral Nenhuma" (1904), "Agosto Azul" (1904), "Sabrina Freire" (1905), "Desenhos e Anedotas de João de Deus" (1907), "Gente Singular" (1909), "Cartas a Columbano" (1932) ou "Novelas Eróticas" (1935).
Teixeira Gomes foi o sétimo Presidente da República, cargo que exerceu entre 1923 e 1925, ano em que renunciou ao mandato e se exilou na Argélia, país onde viria a morrer, em 1941.
Lusa