Entre 30 de maio e 01 de junho deste ano, o espaço da Casa de Retiros de São Lourenço do Palmeiral transformou-se para acolher um encontro “com sabor a Taizé”.
Na área envolvente ao edifício foram instaladas tendas e balneários para a iniciativa que procurou replicar a experiência que se vive naquela comunidade monástica e ecuménica do sul da França e que contou com a participação do bispo do Algarve, D. Manuel Quintas, acompanhado do diácono Bruno Valente, no sábado à noite e no domingo, e do irmão David, o único monge português que a integra e que já veio por diversas vezes à diocese, que esteve no domingo. O encontro foi ainda participado pelo diácono Luís Galante, da diocese algarvia.


No total dos três dias passaram pela casa de retiros cerca de 250 participantes, para além de nacionalidade portuguesa também de nacionalidade alemã, argentina, brasileira, cabo-verdiana, francesa, irlandesa e nicaraguense. Muitos dos participantes eram oriundos do Algarve, concretamente das paróquias de Alcantarilha, Armação de Pêra, Conceição de Faro, Ferreiras, Lagoa, Lagos, Loulé, Matriz de Portimão, Mexilhoeira Grande, Monchique, Nossa Senhora do Amparo de Portimão, Odiáxere, Pechão, Pêra, São Brás de Alportel, São Luís de Faro, da comunidade de São Paulo da paróquia de São Pedro, Silves e Tavira, mas também houve participantes de Almada, Beja, Évora, Lisboa e Santarém.


O encontro, que contou também com a participação dos padres jesuítas Gonçalo Machado e Rui Fernandes, a trabalhar no Algarve, e Francisco Ferreira de Campos, que já esteve na diocese, compôs-se de uma programação que incluiu propostas para famílias com crianças, para adolescentes, jovens e adultos. Para além das três orações que marcaram o ritmo dos dias, com destaque para a das velas no sábado à noite, o programa incluiu ainda os encontros de reflexão, seguidos de grupos de partilha e trabalho, workshops e a Missa de encerramento e até o espaço de confraternização – ‘Oyak’ – foi recriado.


Tal como na Comunidade de Taizé, houve diferentes programas, consoante os grupos etários: adolescentes dos 14 aos 17 anos, jovens dos 18 aos 29 anos, adultos com idade superior a 30 anos e famílias com crianças até aos 13 anos de idade.


As refeições foram também fornecidas pela organização, mantendo o espírito de simplicidade da Comunidade de Taizé.


A ligação do Algarve à Comunidade de Taizé, fundada em 1940 pelo irmão falecido irmão Roger Schutz, pastor protestante suíço, remota à realização do Concílio de Jovens que ali teve lugar em 1974, e manteve-se desde então. As peregrinações de algarvios mantiveram-se durante toda a década de 1980 e ganharam na de 1990 a regularidade que se mantém até hoje.


Na altura ainda era quase desconhecida em Portugal a comunidade monástica fundada em 1940, em plena Segunda Guerra Mundial, pelo falecido irmão Roger Schutz com o propósito de “reunir homens que sentissem a necessidade de juntos fazerem comunhão e viverem em paz uma vida simples, partilhando o trabalho e as reflexões das Sagradas Escrituras, caminhando em comunidade à descoberta de Deus revelado aos homens por Jesus Cristo”.
A Comunidade de Taizé, a cerca de 360 quilómetros de Paris, congrega uma centena de monges, de várias Igrejas cristãs e de mais de 30 países – incluindo Portugal, o irmão David – unidos como “sinal de reconciliação entre os cristãos e os povos separados”, tendo começado por acolher perseguidos políticos, judeus e mais tarde prisioneiros alemães.