
Cerca de 120 táxis concentraram-se esta manhã junto ao Estádio do Algarve, tendo iniciado às 09:05 uma marcha lenta, até à Câmara de Faro, de protesto contra a Uber e outros meios de transporte ilegais.
“O problema são os transportes ilegais e alguns dos nossos colegas taxistas também alinham nessas práticas”, disse à Lusa Joaquim Charneca, um profissional do ramo que trabalha em Lagoa.
As largas centenas de milhares de turistas que o Algarve recebe todos os anos levam a que sejam muitos os que oferecem meios de transporte alternativos, principalmente a partir do Aeroporto Internacional de Faro.
Os vários taxistas com quem a Lusa falou não têm provas de que a Uber já esteja instalada no Algarve, mas todos acreditam “que não falta muito”.
“O objetivo da nossa manifestação é dar o máximo de informação às pessoas para que compreendam a nossa luta”, disse António Pinto, delegado da Antral no distrito de Faro.

Nas janelas dos táxis estavam penduradas pequenas bandeiras com palavras de ordem como “Uber ilegal é crime nacional”, “Não à Uber” ou “Uber ilegal é roubo nacional”.
A marcha lenta de táxis passou pelo Aeroporto Internacional de Faro antes de chegar ao centro da capital algarvia, junto à Câmara Municipal, onde os taxistas estão neste momento a falar com o presidente da autarquia.
Esta iniciativa, organizada pela Antral – Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros e pela FPT – Federação Portuguesa do Táxi, é o culminar de uma semana de luta destas duas associações para pressionar o Governo a suspender a atividade da Uber.
O serviço de transporte Uber permite chamar um carro descaracterizado com motorista privado através de uma plataforma informática que existe em mais de 300 cidades de cerca de 60 países.
Num manifesto entregue ao Governo este mês, as associações apelam à população para se solidarizar na “luta contra a Uber” e afirmam que o serviço é ilegal porque não se “submete às regras legais que em Portugal disciplinam a atividade do transporte em táxi”.

A Uber afirma, contudo, que todos os seus parceiros são licenciados e “devidamente escrutinados” e admite que a empresa pode começar a distribuir serviços para táxis em Lisboa e no Porto, à semelhança do que já faz noutras cidades estrangeiras.
Na véspera deste protesto, a plataforma informou que o serviço poderá ser hoje afetado por congestionamentos do trânsito.
com Lusa