Cerca de 50 acólitos da Diocese do Algarve participaram na última sexta-feira e sábado, 19 e 20 de abril, no Dia Diocesano do Acólito que decorreu na paróquia de Pechão.
Promovida pelo Centro Diocesano de Acólitos (CDA), a atividade teve início ao fim da tarde do primeiro dia com o acolhimento e a apresentação dos participantes no Polidesportivo de Pechão, onde pernoitaram.


Depois do jantar, seguiu-se a atividade que estava anunciada como “surpresa”, que contou a presença do vereador João Evaristo da Câmara Municipal de Olhão e que foi dinamizada pelo especialista em terapia do riso Fernando Batista na sede do Clube Oriental de Pechão. Aquele professor de Educação Moral e Religiosa Católica e catequista que criou a associação ‘Maisfeliz’, que incrementa a risoterapia como ferramenta na área da educação, da saúde, nas organizações institucionais e empresariais, evidenciou os benefícios mentais, físicos e emocionais de rir.



Fernando Batista, que criou o projeto ‘Rir com Deus’ que tem percorrido o país, explicou que “até o riso a fingir é importante”. “O nosso cérebro, o nosso corpo, não processa a diferença entre o riso a sério e o riso a fingir. Importante é desenhar esta curva da felicidade, que se chama ‘smile’, e trabalhar essa curva naturalmente”, disse aos acólitos o risoterapeuta vindo de Aveiro, explicando que, “quando alguém ri, todo o corpo vibra e que isso, tem até consequências benéficas no sistema imunitário”. “Olhar, olhos nos olhos, com um sorriso cria química positiva no outro”, afirmou, sustentando estar “cientificamente testado”. “Quando rimos, desbloqueamos e a seguir rezamos melhor”, evidenciou ainda na intervenção que teve início com muitas gargalhadas e incluiu algumas dinâmicas, estabeleceu a relação entre a fé e o riso e preparando os participantes para a oração que se seguiu.



A vigília de oração com adoração ao Santíssimo Sacramento, presidida pelo frei Bruno Peixoto, pároco de Pechão, decorreu na igreja.

No sábado, após a oração da manhã e o pequeno-almoço, a associação ‘Mais Feliz’ proporcionou ainda aos servidores do altar experimentarem a ‘Bicicleta dos Sorrisos’, adaptada para transportar pessoas em cadeira de rodas e com mobilidade reduzida, proporcionando-lhes momentos aprazíveis. “Vocês vão perceber a alegria de andar naquela bicicleta”, tinha prometido Fernando Batista na noite anterior.
O dia prosseguiu com a Eucaristia presidida pelo bispo do Algarve na igreja paroquial. D. Manuel Quintas referiu aos participantes a importância de se “dar graças a Deus” por terem “sido chamados a servir o altar e a Eucaristia como acólitos”. “É dia de todos aqueles que, como vós acólitos, servem o altar, a palavra e a Eucaristia, ou seja, olham para Jesus sob a perspetiva do serviço”, afirmou o responsável católico, referindo a importância de “contagiar outros” para participarem também naquele encontro anual.



No final da celebração, participada também pelo diretor regional do Instituto Português do Desporto e Juventude, Custódio Moreno, o presidente da Junta de Freguesia, Paulo Salero, agradeceu à organização por ter escolhido Pechão para realizar aquele encontro.


O assistente do CDA, que concelebrou a Eucaristia juntamente com o frei Bruno Peixoto, considerou que a presença dos acólitos naquele encontro é expressão da sinodalidade na Igreja do Algarve. O cónego Carlos de Aquino pediu-lhes que não desanimem nunca no serviço que prestam e que este seja realizado “com muita dignidade, verdade e alegria”.

No momento de formação que teve lugar no Polidesportivo, após o almoço partilhado no parque de convívio e infantil, aquele responsável insistiu na importância da dignidade com que se serve ao altar, chamando a atenção para o aprumo no vestuário.
“É muito importante estarmos serenos no altar. Às vezes, há muita agitação. Aquele que coordena o grupo dos acólitos deve ser tão discreto que nem se dá por ele”, defendeu ainda, exortando a “fazer as coisas bem feitas, sem stresse” e a evitar “andar de um lado para o outro”. “Cinco minutos antes de começar a Missa deve estar tudo calmo. Rezem a oração do acólito que nos prepara muito bem”, aconselhou, sugerindo também a “fazer uma oração de agradecimento” no final da Eucaristia.
“Temos de recuperar um bocadinho a dignidade. É bonito que a gente tome consciência de que aquilo que faz no altar não é apenas uma função. E a nossa dignidade vive da verdade com que fazemos as coisas”, alertou, lembrando que “o acólito também reza e participa na Eucaristia”. “A palavra de Deus também é para nós”, frisou.
“Estas coisas todas, quando são feitas com gosto, também nos aproximam de Jesus e fazem-nos descobrir o que é que Jesus quer para nós. Sejam felizes como acólitos, façam as coisas com beleza, com dignidade e com serenidade e sejam, sobretudo, um grupo de amigos. Caminhando, o Senhor vai-nos ajudando a descobrir aquilo que quer para cada um de nós”, prosseguiu.
O sacerdote lembrou ter sido assim consigo, quando começou a sua caminhada cristã nos acólitos, através de um amigo da escola que o levou ao grupo de jovens da sua paróquia natal. “Que o grupo dos acólitos seja um grupo de gente que é amiga, que gostam de estar uns com os outros, não só para conviverem, mas também para partilharem a vida e a fé como nós fazíamos”, aconselhou.


A tarde contou ainda com o testemunho do frei Bruno Peixoto que garantiu que “se não tivesse sido acólito, não teria sido padre”. “A minha vocação deve-se a ter sido acólito”, disse o sacerdote franciscano, natural da ilha do Faial, nos Açores, que se referiu também à influência do avô, “uma pessoa com uma fé muito grande”, e do pároco porque lhe conferiu “muita responsabilidade” na paróquia como responsável dos acólitos.

O encontro prosseguiu com os participantes a serem divididos por cinco grupos para a realização de um peddy paper pela aldeia com 11 postos de passagem.
No final do jogo de pistas, organizado pelo presidente da Junta de Freguesia, foi feito o encerramento da atividade.


O acólito (termo de origem grega que significa “acompanhar” ou “seguir”) ajuda o clero católico no serviço do altar, podendo também ser solenemente instituído, o que acontece no âmbito da formação para o sacerdócio.
Projeto ‘Rir com Deus’ deu-se a conhecer no Algarve no Dia Diocesano do Acólito