Comicio_coligacao_psd_cdsNo comício de ontem da coligação Portugal à Frente em Faro, Passos Coelho considerou que cada geração tem uma missão, e que a missão da “geração da democracia portuguesa” é pôr fim ao que apelidou de “ciclo vicioso” de sucessivos resgates externos.

O presidente do PSD aproveitou também a vinda ao Algarve para corrigir um “lapso” que cometeu ao anunciar o pagamento antecipado de 5,4 mil milhões de euros ao FMI, dizendo que o que vai ser pago é dívida contraída pelo PS.

“Hoje [ontem], ao almoço, por lapso, disse que íamos agora, a 15 de outubro, pagar mais 5,4 mil milhões de euros de pagamento antecipado ao Fundo Monetário Internacional (FMI). E eu, quando tenho lapsos, corrijo-os, sem nenhum problema. Eu vou fazer a correção”, declarou Pedro Passos Coelho.

No comício da coligação PSD/CDS-PP no pátio da Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve, o também primeiro-ministro acrescentou: “A 15 de outubro, vamos pagar 5,4 mil milhões de euros, não é ao FMI, são Obrigações do Tesouro que foram contraídas há dez anos pelo Governo socialista e que nós agora vamos amortizar à dívida pública portuguesa a 15 de outubro”.

Quanto aos reembolsos ao FMI, Passos Coelho referiu já “foram mais de oito mil milhões de euros de pagamentos antecipados” desde o início do ano.

A este propósito, destacou que o valor do empréstimo da ‘troika’ composta por FMI, Comissão Europeia e Banco Central Europeu ao Estado português “não foram 78 mil milhões de euros”, porque o Governo PSD/CDS-PP prescindiu da última tranche.

O presidente do CDS-PP, Paulo Portas, por sua vez, afirmou que o secretário-geral do PS, António Costa, defendeu no passado que PS e PSD deviam “oferecer condições recíprocas de governabilidade” e abster-se em “instrumentos fundamentais de governação” como o Orçamento.

O também vice-primeiro-ministro voltou a atacar António Costa por ter dito que votaria contra um Orçamento do Estado de PSD e CDS-PP em caso de a coligação ganhar as eleições e usou uma citação do líder socialista quando era comentador televisivo, em 2011.

“Sabem o que dizia o doutor António Costa comentador, antes de ser secretário-geral do PS? Eu vou passar a citar. Aspas: «A ideia é que – para haver as condições de governabilidade em Portugal, PS e o PSD devem oferecer condições reciprocas de governabilidade, por regra, abstendo-se em instrumentos fundamentais de governação»”, afirmou.

“Estavam a falar do Orçamento do Estado. É possível evoluir, mas o doutor António Costa evoluiu para bem pior”, sublinhou, acrescentando que a citação é de 3 de outubro de 2011, e “está no youtube”.

Para Paulo Portas, a ideia de votar contra o Orçamento é um “radicalismo” que não agrada ao “eleitorado central” português, porque “diz que vota contra um orçamento sem o conhecer e está, não apenas a tomar uma posição radical, mas a desperdiçar a oportunidade de melhorar esse Orçamento com as suas próprias propostas”.

Segundo Portas, “António Costa está disposto a forçar instabilidade apenas para poder radicalizar o discurso e dizer que vota contra o Orçamento, que é a lei de meios, que permite a um executivo executar as suas tarefas”.

Esta segunda-feira os líderes dos partidos que integram a coligação Portugal à Frente desdobraram-se em ações de campanha, com o presidente do CDS-PP, Paulo Portas, a visitar de manhã uma empresa no distrito de Setúbal, e o presidente do PSD, Passos Coelho, a deslocar-se à Olivomundo no distrito de Beja.

Ao almoço, Portas juntou-se a Passos em Beja, prosseguindo depois os dois para uma visita a uma quinta de produção de frutos vermelhos, em Tavira, terminando o dia em Faro.

com Lusa