Foto © Samuel Mendonça

O Conselho Presbiteral da Diocese do Algarve achou por bem que se inicie, já no próximo ano pastoral de 2015/2016, o processo de discernimento e formação dos candidatos ao diaconado permanente, apresentados pelos párocos e aceites pelo bispo do Algarve.

Em dezembro do ano passado, aquele órgão consultivo do bispo diocesano, propôs a ordenação de mais diáconos permanentes para a Igreja algarvia e o seu Secretariado Permanente, constituído pelos padres Mário de Sousa (moderador), António de Freitas (secretário) e Rui Barros Guerreiro (vogal), “foi encarregado de estudar a forma de chamamento, os requisitos, o acompanhamento espiritual e o plano de formação dos candidatos”.

Reunido no passado dia 26 de maio, em Faro, o Conselho Presbiteral propôs que se confie ao padre Mário de Sousa, também diretor do Centro de Estudos e Formação de Leigos do Algave (CEFLA), a orientação da formação teológico-pastoral dos candidatos e ao cónego Firmino Ferro, vigário-geral da Diocese do Algarve, o seu acompanhamento espiritual. “No entanto, foi frisado que este processo formativo deve ser aproveitado e alargado a todos os agentes de pastoral das paróquias da diocese”, explica um comunicado enviado ao Folha do Domingo.

O diaconado é o primeiro dos três graus do sacramento da Ordem e a missão do diácono consiste, antes de mais nada, em ficar consagrado para o serviço do altar, para o serviço da caridade e para o serviço da palavra. “É próprio do diácono, administrar o batismo, guardar e distribuir a Eucaristia, assistir ao Matrimónio e abençoá-lo em nome da Igreja, levar o viático aos moribundos, ler a Sagrada Escritura aos fiéis, administrar sacramentais, instruir e exortar o povo, presidir ao culto e à oração dos fiéis, presidir aos ritos do funeral e sepultura”, explica o pontifical da ordenação dos diáconos, a quem cabe, de modo especial, o serviço da caridade e da administração dos bens da Igreja.

Os diáconos exercem assim uma missão eclesial de grande alcance nos três campos de ação da Igreja – profético, litúrgico e caritativo – e ao diaconado permanente podem ser admitidos homens casados.

Os primeiros diáconos permanentes algarvios, todos casados, foram ordenados no ano 2000, sendo que desses sete servidores ainda restam cinco. O último diácono permanente da diocese algarvia, também casado, foi ordenado em 2012, pelo que a diocese algarvia conta atualmente com seis diáconos permanentes.

O conselho apelou ainda à promoção da constituição e funcionamento dos Conselhos Pastorais Paroquiais em todas as paróquias da diocese, como forma de “envolver os responsáveis dos diferentes serviços, sectores e movimentos na programação, revisão da vida e missão da comunidade paroquial”.

Da mesma forma, os conselheiros sentem a necessidade de se “promover uma participação mais interessada e ativa dos leigos” no Conselho Diocesano de Pastoral (CDP).

Neste sentido, de acordo com uma proposta do Secretariado Permanente, o mandato do CDP passará a ser de quatro anos e terá início com uma formação para todos os conselheiros, que lhes permita “ter métodos e critérios de participação, programação e avaliação”.

Em relação ao projecto RIDISC – Rede Informática para Dioceses e Instituições Sócio-Culturais, e tendo em conta a avaliação apresentada pelo Secretariado das Comunicações Sociais da Diocese do Algarve sobre este programa de informatização da diocese e das paróquias, o conselho recomendou ainda que se proceda à sua “atualização” para uma “versão mais avançada e mais prática”.

O Conselho Presbiteral, constituído em cada diocese a teor do cânone 495 do Código de Direito Canónico, é uma espécie de senado do bispo, que representa o presbitério, manifesta a comunhão entre este e o próprio bispo e exprime a fraternidade existente entre os sacerdotes. A este órgão consultivo compete auxiliar o bispo no governo da diocese, nos termos do direito e dos estatutos em vigor, para que seja promovido o “bem pastoral do povo de Deus”.