Foto © Tiago Petinga/Lusa

O Corpo Nacional de Escutas (CNE) manifesta a sua disponibilidade para participar na reforma florestal necessária no país.

O chefe nacional do CNE disse em entrevista ao Folha do Domingo, à margem da sessão de abertura da edição deste ano do JOTA-JOTI (Jamboree On The Air – Jamboree On The Internet) que decorreu na passada sexta-feira em Quarteira, que o movimento tem membros que são técnicos ambientais que poderiam colaborar no trabalho que irá ser feito. “O nosso Departamento Nacional do Ambiente conta com pessoas que têm esse conhecimento e essa experiência”, garantiu Ivo Faria.

Aquele dirigente assegura que, “no grupo de trabalho” ou “ajudando a executar o plano”, os escuteiros estarão disponíveis a “defender” a floresta, um “bem que é de todos” e que constitui “o meio natural de realização da atividade escutista”. “Não fomos ainda contactados, mas estamos obviamente disponíveis e tentaremos, através das parcerias que estamos a tentar desenvolver com entidades privadas, com entidades públicas e também com associações não-governamentais, que esse seja um papel que ajude os jovens a crescer. Isso é o mais importante para nós”, complementou o chefe nacional do CNE.

Ivo Faria refere que o movimento está apenas preocupado em “contribuir para um mundo melhor” e, com isso, ajudar também os jovens “a sentirem-se mais empenhados e mais comprometidos com o seu envolvente” e não com a “visibilidade” que uma colaboração desse género possa trazer ao CNE.

Neste sentido, o movimento destacou na última semana, numa nota de pesar após os últimos incêndios, que “mais que apoiar no combate, os escuteiros fazem parte da prevenção e da educação, comprometendo-se ativamente, através da sua proposta educativa, na urgente «mudança de mentalidade e hábitos sociais»” pedida pela Conferência Episcopal Portuguesa na Nota Pastoral do passado dia 27 de abril”.

Mas, não obstante esta vertente educativa, os escuteiros católicos estiveram também empenhados no apoio às populações vítimas das vagas de incêndios deste verão e a situação volta agora a verificar-se, após os fogos da última semana. “Os escuteiros estão sempre disponíveis para ajudar também no combate a este flagelo. Normalmente, quando os incêndios estão a decorrer estamos mais vocacionadas para fazer algum apoio da retaguarda às forças que estão a combater os incêndios diretamente”, destacou o chefe nacional ao Folha do Domingo.

Ivo Faria, chefe nacional do CNE – Foto © Samuel Mendonça

Ivo Faria diz que esse “foi um trabalho essencial” para “salvaguardar alguns dos bens das famílias das comunidades” onde os escuteiros estão inseridos.

Aquele responsável garante que o CNE irá colaborar “no esforço de reflorestação e na plantação de plantas autóctones” em parceria com “um ou dois parceiros” e com as autoridades florestais para que os escuteiros sejam agora “agentes ativos na reconstituição das massas florestais”. Ivo Faria explicou que isso será feito nas zonas que foram afetadas pelos fogos ao abrigo de um projeto internacional do CNE – “Trees for the World” (Árvores para o mundo) – que visa precisamente a preservação das florestas.