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Foto © Samuel Mendonça

A Cruz da Evangelização, entregue pelo papa João Paulo II ao continente europeu na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de 1987, em Buenos Aires (Argentina), chegou na passada segunda-feira ao Algarve como Folha do Domingo havia anunciado.

A cruz entregue naquela ocasião ao representante do continente europeu iniciou uma peregrinação pelas dioceses portuguesas, com começo no Algarve, como preparação para a próxima JMJ, que terá lugar de 26 a 31 de julho deste ano em Cracóvia (Polónia).

O Departamento Nacional da Pastoral Juvenil, que promove esta iniciativa, explica que “o Projeto Itinerário da Cruz da Evangelização é uma oportunidade para os jovens portugueses, de um modo criativo e arrojado, expressarem hoje a sua ligação a este movimento evangelizador centrado no essencial da vida cristã”. “Com esta iniciativa pretendem-se que os jovens portugueses façam um caminho de oração e reflexão rumo à JMJ de 2016. O Departamento Nacional da Pastoral Juvenil pretende que a Cruz da Evangelização seja um itinerário de fé que tem como objetivo fundamental evangelizar através da cruz”, acrescenta aquele organismo da Igreja portuguesa.

Recebida na igreja de Estômbar para uma vigília de oração, a cruz deu o mote à noite orante, participada por algumas dezenas de jovens. “A cruz não é sinal de morte. Árvore da vida diz-se na liturgia da Semana Santa”, começou por destacar o padre Miguel Ângelo Pereira, pároco de Estombar, que sublinhou que aquela como uma iniciativa que ajuda a reforçar o sentido de pertença à Igreja universal.

O sacerdote frisou o objetivo da passagem da cruz. “Somos chamados a levar o anúncio da cruz aos outros. Não tenham medo de ser anunciadores do evangelho, não tenham medo daquilo que o mundo possa dizer. O Senhor venceu a morte, o maior de todos os medos. Temos a ressurreição garantida”, disse aos jovens.

Também o diretor do Secretariado da Pastoral Juvenil da Diocese do Algarve evidenciou o significado da cruz. “A cruz está inscrita na vida dos cristãos. O primeiro gesto que nos fazem quando somos batizados ou que fazemos quando começamos um momento de oração é justamente o sinal da cruz. Então essa é a marca que nos distingue”, afirmou o padre Pedro Manuel.

“Se relacionarmos a cruz com o Ano da Misericórdia, imediatamente encontramos aqui um contexto também ele muito significativo porque na cruz do Senhor morre o pecado do mundo com a redenção que Ele nos oferece. Nas nossas cruzes e nos nossos pecados também deveria morrer tudo aquilo que em nós é fragilidade, uma vez que imersos e submersos na Páscoa da Salvação também o Senhor nos perdoa, nos abre a porta da vida e nos garante a alegria da eternidade”, prosseguiu, acrescentando: “não vimos procurar uma oração extraordinária. Vimos procurar uma oração simples que é aquela que nasce do coração”. “Neste momento de oração abramos o coração e façamos dele o «calvário» onde hoje e sempre a cruz dá lugar à vida”, pediu.

O padre Pedro Manuel constatou ainda um facto simbólico. “O papa João Paulo II entregou a cruz na terra do papa Francisco. O papa Francisco, este ano, fará as Jornadas Mundiais da Juventude na terra do papa João Paulo II. Há aqui uma sintonia simpática que nos ajuda a perceber o que o padre Miguel nos dizia”, verificou, reforçando a questão da comunhão desta iniciativa com toda a Igreja. “Hoje está este grupo a rezar diante da cruz, daqui alguns meses estará esta cruz com milhões de jovens como objeto de devoção e também de convite à oração”, salientou.

Ontem à noite, a cruz participou, na mesma igreja, numa oração para os jovens das paróquias que constituem a vigararia de Portimão, tendo sido entregue a jovens da vigararia de Loulé para a oração que hoje terá lugar na Sé de Silves pelas 21h.

No dia 14 estará na igreja da Luz de Tavira, no mesmo horário, para uma oração com os jovens das paróquias que constituem a vigararia de Tavira e, no dia 15, a cruz seguirá para Faro, para uma oração na Sé também pelas 21h com os jovens das paróquias que constituem a vigararia de Faro.

A Cruz da Evangelização permanecerá no Algarve até ao próximo sábado, 16 de janeiro, dia em que será realizada uma vigília de oração na Sé de Faro, presidida pelas 21h pelo bispo do Algarve, D. Manuel Quintas, para encerramento da peregrinação e sua entrega à Diocese de Beja.

A organização da próxima JMJ pretende juntar em Cracóvia as cinco cruzes que circulam pelos cinco continentes à cruz das JMJ, entregue também pelo papa João Paulo II aos jovens do mundo a 22 de abril de 1984, e que já esteve no Algarve em 2003 e 2010.