As partes comprometem-se ainda a “reunir esforços com vista à criação de um futuro e inédito Museu de Arte Sacra” do concelho
A Diocese do Algarve e a paróquia de Vila do Bispo vão assinar acordos de colaboração com a Câmara Municipal com vista à conservação, investigação e valorização do património cultural religioso do concelho e ao empréstimo de objetos arqueológicos do acervo da igreja matriz para exposição no Museu Municipal.
O protocolo e o acordo serão formalizados após a Eucaristia e a procissão, no âmbito da festa de São Vicente, que terá lugar no próximo domingo, 22 de janeiro, em Vila do Bispo a partir das 15h30.
O protocolo entre o município e a diocese, que visa o desenvolvimento de um conjunto de iniciativas que objetivem a conservação, a investigação e a valorização do património cultural religioso do concelho, estabelece que o primeiro outorgante, para além destes e de outros aspetos, se compromete também a “colaborar no levantamento, inventário, classificação” dos bens móveis e integrados das igrejas, ao “acompanhamento de intervenções arqueológicas e de conservação e restauro”, a proceder à “higienização, tratamento, descrição, digitalização, acondicionamento, investigação, transliteração e partilha pública do espólio documental, com mais de cem anos”, a “garantir a salvaguarda, a conservação e a consulta pública do acervo documental paroquial nas instalações do Arquivo Municipal de Vila do Bispo” e a promover “a valorização museológica de objetos históricos distintivos e de maior significado cultural para a Comunidade Local, em exposições permanentes e temporárias patentes no Museu Municipal de Vila do Bispo”.
As partes comprometem-se a “reunir esforços com vista à criação de um futuro e inédito Museu de Arte Sacra” do concelho e à elaboração de candidaturas a linhas de cofinanciamento público e comunitário e ao estabelecimento de “acordos específicos de parceria, com vista à conservação, restauro e exposição de obras de Arte Sacra, alfaias religiosas, documentos históricos e antigos livros religiosos constantes do acervo das Paróquias”.
O protocolo de colaboração terá a duração de dez anos e será renovável por iguais e sucessivos períodos de dez anos, desde que não seja denunciado por nenhuma das partes.
Já o acordo específico de colaboração entre o município e a paróquia para empréstimo “a título provisório, temporário e de longa duração” de “objetos arqueológicos do acervo” da igreja matriz e exposição no Museu Municipal, determina que aqueles “serão sempre propriedade da Paróquia de Vila do Bispo”, “ficarão à guarda e responsabilidade” da autarquia “sob supervisão técnica dos seus serviços culturais de Património Histórico, Arqueologia e Museologia”.
A paróquia compromete-se então a ceder ao município duas lápides de cabeceira esculpidas em arenito vermelho, apresentando inscrições de Cruz Pátea e de Cruz Latina; uma tampa de sarcófago que foi descoberta no decurso de obras realizadas na igreja de Nossa Senhora da Conceição nos inícios dos anos de 1960, por iniciativa da extinta Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais; um caldeirão de cobre e bronze rebitado e um pelouro de canhão em pedra granítica (projétil de artilharia).
O depósito museológico terá a vigência mínima de dez anos, sendo automaticamente renovável por igual período, caso o acordo de colaboração se mantenha ativo entre as partes.
