O bispo algarvio e emérito do Funchal, D. António Carrilho, celebrou no passado dia 29 de maio os 25 anos da sua ordenação episcopal, ocorrida a 29 de maio de 1999, e a Diocese do Algarve vai assinalar a efeméride no próximo sábado, dia 22 de junho.

As bodas de prata episcopais de D. António Carrilho serão assinaladas naquele dia em Loulé, a sua terra natal, com a celebração da Eucaristia, às 18h, no Santuário de Nossa Senhora da Piedade, popularmente evocada como «Mãe Soberana», o mesmo local onde no dia seguinte à sua ordenação episcopal quis celebrar a sua primeira Missa como bispo.

D. António José Cavaco Carrilho nasceu em Loulé a 11 de abril de 1942 e ingressou no Seminário de Faro em outubro de 1953, aos 11 anos, frequentando depois o Seminário dos Olivais, onde fez os cursos filosófico e teológico.

Foi ordenado presbítero na Sé de Faro, a 28 de julho de 1965, pelo bispo D. Francisco Rendeiro com o lema “No desejo de servir e de não ser servido”. Celebrou a Missa Nova na igreja matriz da sua paróquia de São Clemente, em Loulé. A 2 de fevereiro de 1996 foi nomeado cónego da Sé de Faro pelo então bispo do Algarve, D. Manuel Madureira Dias.

Na Diocese do Algarve trabalhou durante 12 anos, tendo servido como diretor espiritual do Seminário (1965-1970), pároco da Conceição de Faro (1965-1967), secretário diocesano da Pastoral das Vocações (1965-1973), assistente do Escutismo e de organismos da Ação Católica (1965-1977), diretor espiritual do Secretariado Diocesano dos Cursos de Cristandade, professor de Educação Moral e Religiosa Católica no Liceu e na Escola Preparatória D. Afonso III, em Faro (1970-1972/77), secretário diocesano de Pastoral (1970-1973) e vigário episcopal para a Coordenação Pastoral (1973-1977).

Entre 1974 e 1977 foi membro do Secretariado Nacional do Movimento dos Cursos de Cristandade. Em outubro de 1977 foi para Lisboa, onde frequentou a Universidade Católica Portuguesa, licenciando-se em Teologia. Trabalhou, desde então, nos órgãos da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), como secretário da Comissão Episcopal da Educação Cristã (desde 1978), diretor do Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC), desde dezembro de 1980, tendo a seu cargo os contactos da Igreja com o Ministério da Educação em matéria de educação e ensino.

Além disso, D. António Carrilho foi coordenador geral das edições do SNEC e autor de vários trabalhos no âmbito da educação cristã e catequese, nomeadamente, programas e manuais para o ensino religioso nas escolas, conferências em congressos e jornadas nacionais e diocesanas, e artigos em publicações da especialidade.

A ordenação episcopal de D. António Carrilho – que escolheu como lema “Faz-te ao Largo” – realizou-se na igreja de São Pedro do Mar, em Quarteira, sendo ordenante principal o então bispo do Algarve, D. Manuel Madureira Dias, e co-ordenantes D. Armindo Lopes Coelho, bispo do Porto, e D. Júlio Tavares Rebimbas, arcebispo-bispo emérito do Porto e antigo bispo do Algarve. Nesse mesmo dia recebeu a Medalha Municipal de Mérito-Grau Ouro da cidade de Loulé, com que foi agraciado pelo município local.

Foi bispo auxiliar do Porto, nomeado pelo Papa São João Paulo II em fevereiro de 1999 e ali exerceu o seu ministério durante oito anos, até 2007. A entrada na Diocese do Porto ocorreu no dia 3 de junho de 1999. Foi nomeado vigário-geral por D. Armindo Lopes Coelho que lhe confiou, ainda, a missão de acompanhar os sectores do Apostolado dos Leigos, Educação Cristã e o Conselho Diocesano de Pastoral.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Foi bispo do Funchal, nomeado pelo Papa Bento XVI a 8 de março de 2007, tendo tomado posse a 19 de maio daquele ano. Em abril de 2017, conforme as disposições canónicas, apresentou ao Papa Francisco o seu pedido de renúncia. Ficaria mais dois anos à frente dos destinos da diocese, como administrador apostólico. A Santa Sé aceitou a sua resignação em 12 de janeiro de 2019, na sequência da nomeação de D. Nuno Brás para bispo do Funchal.

A 10 de junho de 2019, “Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas”, foi distinguido pelo Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.

Por nomeação do episcopado foi presidente das Comissões Nacionais Católicas para as celebrações do Ano Internacional da Criança (1979), do Ano Internacional do Deficiente (1982) e do Ano Internacional da Juventude (1985). Exerceu ainda outros cargos de responsabilidade na Igreja portuguesa, nomeadamente diretor do Secretariado Geral do Episcopado; diretor da revista ‘Lumen’, membro da Comissão Paritária Igreja/Estado para estudo e resolução dos problemas do património cultural de interesse comum; assistente Religioso da Residência Universitária “Domus Nostra” da Sociedade das Filhas do Coração de Maria, em Lisboa, assegurando aí também a assistência religiosa ao Bairro Santos – Paróquia Nossa Senhora das Dores, anexa à de Nossa Senhora de Fátima; e conselheiro espiritual das Equipas de Nossa Senhora.

Como membro da CEP foi vogal e presidente da Comissão Episcopal do Apostolado dos Leigos, vogal da Comissão Episcopal dos Bens Culturais da Igreja, presidente e vogal da Comissão Episcopal do Laicado e Família e vogal da Comissão Episcopal da Missão e da Nova Evangelização.

D. António Carrilho: “Nunca disse não àquilo que me foi pedido como serviço à Igreja”