A Diocese do Algarve iniciou no passado sábado uma formação para os coros litúrgicos destinada quer músicos, quer a cantores.
A iniciativa, que se realizou no Seminário de São José, em Faro, promovida através do seu Secretariado da Liturgia, Música Sacra Novas Igrejas e Espaços Pastorais, visou o tempo do Advento e do Natal e terá continuidade no dia 3 de fevereiro de 2018 com o tempo da Quaresma e da Páscoa.
No encontro, participado por 13 formandos, o padre Vasco Figueirinha apresentou os documentos da Igreja sobre a música litúrgica e referiu-se aos seus três princípios: a “santidade”, a “bondade das formas” e a “universalidade”. O sacerdote exortou à “consonância com o tempo e o momento litúrgico” e alertou que “na liturgia não pode haver lugar ao improviso porque isso é matar a liturgia”. “O canto tem a capacidade de nos elevar até Deus”, salientou.
O formador explicou também o que é a liturgia e referiu que “a música rock e pop, por princípio, devem ser excluídas” dela. O sacerdote acrescentou ainda “outros tipos de música que não servem” para a celebração litúrgica – “agitação, sensual, entretenimento ou racionalista” – e explicou que a música litúrgica deve “integrar os sentidos e o espírito”, “participar na tradição da Igreja”, “estar ao serviço da palavra”, “estar na linha da tradição musical da Igreja”.
O padre Nelson Rodrigues, por sua vez, deteve-se na dimensão prática da formação, tendo apresentado os critérios para a escolha dos cânticos para cada momento da eucaristia e uma sugestão de cânticos para o tempo que vai desde o primeiro domingo do Advento, passando pelo Natal, até ao domingo da Epifania.
O sacerdote exortou ainda a “respeitar o Advento como um tempo de duas expectativas: a da vinda definitiva do filho do homem [Jesus], agora e no final dos tempos”, e a da “celebração histórica do nascimento de Cristo”. “Nesse sentido, o Advento não poderá ser entendido só com um tempo de preparação para o Natal, mas um tempo único de maior espiritualidade, e de maior preparação para a vinda diária de Cristo às nossas vidas e a liturgia deve refletir isso também nos seus cânticos”, frisou.
O formador observou também que a música na paróquia “não pode ser apenas o reflexo do sentir do padre”. “Tem que ser também o reflexo do sentir de uma comunidade”, sustentou, apelando ao “respeito pelo espírito da assembleia”.