Em declarações à agência Lusa, Luís Carito, presidente da Portimão Urbis, empresa do Município de Portimão que encabeça a Picture Portugal, admite que o planeamento "tem resvalado", devido ao atraso na conclusão do estudo económico, mas garante que "o projeto continua em andamento".
Carito explicou que se "têm multiplicado nos últimos meses as ações de promoção do projeto, assim como os contactos com as principais "majors" norte-americanas para que integrem a "holding" que pretendem criar.
"Ainda há duas semanas, por ocasião dos Óscares, estivemos em Los Angeles, onde realizámos uma grande ação de promoção num jantar com 600 personalidades da indústria e reunimos com os principais produtores de conteúdos", exemplificou Luís Carito.
Entre os potenciais investidores contactados, estão a CBS-Paramount, a Universal, a Fox, a Sony e a Warner Brothers, que irão juntar-se ao lote de investidores portugueses.
Os "embaixadores" da iniciativa nos Estados Unidos são o ator português Joaquim de Almeida e Carlos Mattos, empresário português e vencedor de dois Óscares da Academia Norte-Americana (1989 e 1991) pela invenção de equipamentos de filmagem que fizeram a diferença nos filmes "ET", de Steven Spielberg, e "Cotton Club", de Francis Ford Coppola.
A sua missão é convencer as "majors" norte-americanas a investir parte dos 25 milhões de euros necessários à construção da primeira fase do complexo de estúdios insonorizados em Portimão – cinco estúdios com 11 600 metros quadrados, zona exterior de filmagens e zona empresarial – e comparticipar os 7,5 milhões do Fundo de Investimento Cinematográfico, que irá viabilizar a rodagem de 11 filmes em Portugal.
Uma das produções dadas como garantidas pela Picture Portugal, no final do ano passado, foi a reposição do clássico de Steve McQueen "Le Mans" – com a participação dos consagrados atores internacionais Brad Pitt, Al Pacino e Penélope Cruz – cuja rodagem em Portugal dependia da garantia de 20 por cento dos 52 milhões de dólares (36 milhões de euros) por parte da Picture Portugal até ao final de 2009.
"Embora o fundo de investimento não esteja criado, essa produção mantém-se em carteira, pois os promotores do filme ainda não conseguiram todo o financiamento", garantiu Luís Carito.
O atraso no estudo económico também deverá protelar para o final do ano o arranque da construção dos estúdios, inicialmente previsto para o primeiro trimestre de 2010.
"Temos os estudos prévios de arquitectura concluídos e, à margem das negociações com os investidores, vamos já nas próximas semanas constituir a holding que lançará as três vertentes do projecto", disse ainda.
O grupo vai incorporar uma sociedade para a construção e gestão dos estúdios, outra vocacionada para a gestão de recursos audiovisuais e uma terceira que terá por missão a gestão do fundo de 25 milhões de euros (17,5 financiados pela banca).
Lusa
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