Faleceu hoje o padre Marcelino Teixeira de Freitas da congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus (dehonianos) que foi pároco de Castro Marim e Monte Gordo entre 2001 e 2007.
O sacerdote, de 74 anos, faleceu esta tarde no hospital do Funchal onde estava internado desde os finais do mês de setembro.
O sacerdote dehoniano sofria há algum tempo de doença do foro oncológico e estava a ser acompanhado no hospital de São João no Porto, mas foi durante as férias na ilha da Madeira, de onde era natural, que o seu estado de saúde se agravou.
Membro da comunidade algarvia dos dehonianos, sedeada em Vila Real de Santo António, o padre Marcelino de Freitas, como pároco da paróquia de Castro Marim, tinha ainda a responsabilidade da comunidade da Altura que em 2013 foi ereta como paróquia.
Do Algarve, o sacerdote seguiu para a Diocese do Porto, onde trabalhou até agora em diversas paróquias.
O padre Marcelino Teixeira de Freitas nasceu a 6 de dezembro de 1947, no Faial, na ilha da Madeira. Viria a ser batizado na sua paróquia natal de Nossa Senhora da Natividade, no Faial, no dia 15 desse mesmo mês. Foi aí que foi recebendo a sua educação, na escola primária e na vivência da fé. Foi também na sua paróquia de nascimento, no Faial, que foi crismado no dia 16 de janeiro de 1955.
Com 12 anos de idade, em 1960, decide-se pela vida de seminário e entra no Colégio Missionário Sagrado Coração, no Funchal, onde frequentou os primeiros anos da formação liceal de então. Aí permaneceria até 1963, ano em que rumou ao Instituto Missionário Sagrado Coração, em Coimbra, para frequentar a formação liceal, nomeadamente entre o 4º e o 7º ano, que concluiu em 1967. Assim foram os inícios da sua aventura com os Sacerdotes do Coração de Jesus.
Depois de um tempo de postulantado, feito nos últimos tempos da sua estadia em Coimbra, o jovem Marcelino foi admitido ao ano de Noviciado a 28 de setembro de 1967, em Aveiro, na Casa do Sagrado Coração de Jesus; um ano mais tarde, a 29 de setembro de 1968, abraçava a Vida Religiosa dehoniana, com a profissão dos votos religiosos de castidade, pobreza e obediência na Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus.
O tempo de formação continuou na comunidade do escolasticado, que, até novembro de 1969, funcionou no Prior Velho e, depois disso, foi transferido para o recém inaugurado Seminário Nossa Senhora de Fátima, em Alfragide. Durante este tempo, frequentou os estudos filosófico-teológicos, primeiro no ISEE (1968-1970) e, mais tarde, no ISET (1972-1974); viria a concluir os seus estudos teológicos no ISCHT, no Porto, no ano letivo de 1974-1976. Entre 1970 e 1972, como era hábito na formação dos religiosos dehonianos, fez o seu estágio de vida religiosa no Seminário Missionário Padre Dehon, em Gondomar, onde desempenhou as funções de prefeito assistente. Aí voltaria em 1974, para trabalhar como assistente ao mesmo tempo que frequentava as aulas do de teologia no ISCHT do Porto. A 28 de setembro de 1975, emitiu a profissão perpétua, consagrando-se definitivamente como religioso da Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus. A 25 de junho de 1976, no Seminário Missionário Padre Dehon, de cuja comunidade fazia parte, recebeu a ordenação diaconal das mãos de D. Domingos Pinho Brandão, bispo auxiliar do Porto; seis meses mais tarde, a 27 de dezembro, foi ordenado presbítero na sua paróquia natal, pela imposição das mãos de D. Francisco Santana, bispo do Funchal.
A primeira missão do jovem padre Marcelino de Freitas foi no Colégio Missionário Sagrado Coração, no Funchal, onde desempenhou as funções de professor e prefeito de disciplina do 3º ano, no ano letivo de 1975-76. No ano letivo seguinte seria transferido para a comunidade do Colégio Infante D. Henrique, sempre na cidade do Funchal, onde permaneceria até 1989: nos primeiros anos, trabalhou como professor e assistente e, a partir de 1983, passou a desempenhar também as funções de diretor do Colégio. Durante estes anos, entre 1981 e 1983, assumiu as funções de pároco de São Roque do Faial.
Em 1989, regressa ao território continental, sendo colocado na comunidade dehoniana do Forte da Casa, para desempenhar a missão de pároco de Vialonga, onde se manteve até 1998. Nesse ano, foi transferido para a comunidade dehoniana da Ribeira Brava, na ilha da Madeira, onde foi pároco da Ribeira Brava e da Serra de Água até 2001. Entre 2001 e 2007 foi pároco de Monte Gordo e Castro Marim e membro da comunidade dehoniana de Vila Real de Santo António. Em 2007, rumaria a norte, à comunidade do Centro de espiritualidade Betânia, onde foi pároco de Duas Igrejas e de Cristelo, entre 2007 e 2021; neste último ano, já acometido pela doença, ficou-se apenas pela paróquia de Duas Igrejas, que viria também a deixar. Entre 2013 e 2019, acumulara também a paroquialidade de Besteiros e Sobrosa.
Ao longo dos anos, o padre Marcelino foi assumindo diversas funções ao serviço da congregação, nomeadamente como conselheiro provincial (1985-1988), superior das comunidades do Forte da Casa (1995-1998) e de Vila Real de Santo António (2003-2007), entre outras funções, procurando colaborar com a sua dedicação na construção da comunidade.
As celebrações fúnebres do padre Marcelino de Freitas terão lugar no dia 13 de outubro, com a missa exequial às 15h na igreja paroquial de Nossa Senhora da Natividade do Faial, seguindo depois para o cemitério da freguesia onde ficará sepultado.