Alunos de escolas do Algarve e da Grande Lisboa continuam sem todos os professores atribuídos no arranque do segundo período de aulas, que começou a semana passada no ensino básico e secundário.

Os dados constam de um estudo realizado pelo blogue do professor Arlindo Ferreira, especialista em Estatísticas da Educação, que foi divulgado.

De acordo com o estudo, o segundo período de aulas volta a ser problemático para estudantes do Algarve e de Lisboa, duas regiões afetadas pela recusa dos professores em dar aulas.

No Algarve, segundo o levantamento divulgado, há falta de professores em escolas dos concelhos de Faro, Loulé e Olhão. Este último surge também, juntamente com os de Sesimbra e Palmela, na lista dos concelhos com mais horários em contratação de escola recusados nas reservas de recrutamento. Portimão, juntamente com Sesimbra e Palmela, também surgem na lista dos concelhos com mais horários em contratação de escola recusados nas reservas de recrutamento.

O estudo apresenta os concelhos com mais contratações de escola e com horários superiores a oito horas, ou seja, colocações que já tinham sido recusadas duas vezes.

As escolas com mais dificuldade em contratar professores são as de Olhão, Seixal e Silves, onde a taxa de não aceitação foi superior a 20%.

Em Olhão, a taxa de não aceitação foi de 34%, seguindo-se o Seixal com uma taxa de 28,8% e Silves com 23,3%.

Na contratação de escola podem aparecer horários inferiores a oito horas letivas ou então horários que foram por duas vezes recusados na Reserva de Recrutamento.

A dificuldade em contratar professores para as escolas da zona do Algarve e de Lisboa é um problema conhecido pelo Ministério da Educação que já anunciou estar a estudar formas de conseguir incentivar os docentes a aceitar estas vagas.

Os baixos salários associados a estes horários e as rendas das casas nestas duas regiões do país têm sido apontadas como as principais razões para recusar as vagas abertas nas escolas.

A agravar esta situação, está o envelhecimento do corpo docente: Nos próximos quatro anos, cerca de 18 mil professores que estão atualmente nas escolas irão para a reforma.

com Lusa