A Igreja Greco-Católica Ucraniana no Algarve – que tem culto em Albufeira, na igreja de Santa Ana; em Faro, na igreja de Santo António do Alto; em Portimão, na capela de São José; em São Brás de Alportel; em Tavira, na igreja de Nossa Senhora do Livramento; e em Vila Real de Santo António – há vários anos que prepara crianças, filhas de pais ucranianos, para receberem a primeira comunhão.

Primeira_comunhao_igreja_greco_catolica_ucraniana_algarve-5
Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O sacramento é administrado em Albufeira e em Faro, respetivamente para as crianças que vivem no barlavento e no sotavento algarvios. “No nosso país, a maioria das pessoas são muito religiosas, por isso têm muito interesse”, justifica ao Folha do Domingo a catequista Inna Huyda, responsável pela formação em Faro, que trabalhou durante vários anos na igreja católica de São Francisco da capital algarvia.

Primeira_comunhao_igreja_greco_catolica_ucraniana_algarve-11
Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

A educadora, que veio para Portugal na primeira vaga imigrante, está cá há 21 anos e há oito que prepara grupos de crianças. O grupo deste ano foi o oitavo e o primeiro constituído por mais meninos (9) do que meninas (4), residentes nos concelhos de Faro, Loulé, Olhão, São Brás de Alportel e Tavira.

A catequista ucraniana conta que o grupo deste ano da comunidade de Santo António do Alto teve menos participantes do que o habitual. “Em 2021 foram 25 crianças”, recordou, justificando a quebra sobretudo com o interregno devido à pandemia, mas também este ano com a guerra.

Primeira_comunhao_igreja_greco_catolica_ucraniana_algarve-25
Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Inna Huyda, que também colaborou 15 anos no Centro Educativo e Cultural Luso-Ucraniano de Faro “Escola Taras Shevtchenko”, explicou que a preparação para a primeira comunhão é de “três ou quatros meses” e que os catequizandos, com cerca de nove anos de idade, aprendem a rezar as orações do Pai Nosso e Avé Maria e o Credo. “Este ano, a catequese foi feita na igreja e não na escola. É muito diferente e acho que é melhor”, contou, considerando que o espaço proporcionou às crianças uma melhor interiorização daquilo que lhes foi transmitido. “Alguns pais perguntaram se também podiam assistir e juntaram-se ao grupo”, acrescentou.

Primeira_comunhao_igreja_greco_catolica_ucraniana_algarve-19
Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

No domingo, cada catequizando entrou na igreja acompanhado pelos pais que seguravam uma toalha com bordados característicos da Ucrânia. “Na nossa terra fazem muitos bordados. Tive a ideia de pedir às famílias das crianças que bordassem toalhas com os bordados típicos”, explicou a catequista.

Na eucaristia, após a consagração das duas espécies, o padre Oleg Trushko, capelão da Igreja Greco-Católica Ucraniana no Algarve que presidiu à celebração, embebeu o pão no vinho e deu-os às crianças.

No final da celebração, os catequizandos rezaram ainda uma oração e receberam a Bíblia, o diploma e uma vela feita de cera de abelhas, oferecida pela catequista. “O meu marido tem abelhas e eu fiz esta prenda para eles”, explicou Inna Huyda ao Folha do Domingo.