Há quase 30 anos que as Irmãs Reparadoras Missionárias da Santa Face colaboram com a paróquia da Mexilhoeira Grande.
As religiosas, que não têm nenhuma comunidade no Algarve, começaram a vir à diocese na década de 1990 a convite do padre Domingos da Costa, pároco daquela paróquia. “O senhor padre, que conhecia uma das nossas irmãs, pediu-nos para virmos aqui fazer um trabalho de evangelização, sobretudo com os mais novos”, explicou ao Folha do Domingo a irmã Fernanda Freire, responsável da comunidade de Fátima daquele instituto religioso de origem portuguesa.
“Passávamos aqui a Semana Santa em atividades com os mais novos. Numa primeira fase distribuíamos uma mensagem porta-a-porta para termos um contato com as famílias e os dias do Tríduo Pascal eram sempre preenchidos com as celebrações próprias”, desenvolveu a consagrada, explicando que no Domingo de Páscoa colaboravam no “anúncio do Senhor ressuscitado às comunidades”. “O senhor padre fazia a celebração em todos os sítios que a Mexilhoeira Grande tem e nós acompanhávamos”, recorda.
A irmã Fernanda Freire conta que depois, durante cerca de 15 anos, a colaboração passou por encontros de catequese e convívio “exclusivamente com os mais novos”, referindo-se concretamente à faixa etária dos 8 aos 16 anos. As religiosas passavam um dia com as crianças dos 8 aos 10 anos, dois dias com os pré-adolescentes dos 11 aos 13 anos na Aldeia de São José de Alcalar e da tarde de quinta-feira até à manhã de sábado com os adolescentes de 14, 15 e 16 anos.
A colaboração foi posteriormente interrompida por “dificuldades de agendamento” do instituto religioso, mas as irmãs garantem que se manteve sempre “uma ligação muito grande” à paróquia.
Nos últimos anos retomaram a cooperação com “vindas esporádicas que se vão tornando agora mais intensas”. “Nunca perdemos o contato. A vinda na Semana Santa deixou de se fazer e começámos a fazer umas vindas mais esporádicas, e também mais curtas, que continuamos a fazer agora”, assegurou a irmã Fernanda Freire.
A consagrada faz um balanço “altamente positivo” deste trabalho. “Sentimos que fomos criando aqui uma familiaridade, quer com as crianças e jovens que iam estando connosco, quer com as próprias famílias”, observa, lembrando terem já sido várias as gerações que lhes passaram pelas mãos. “Aqueles que hoje são pais de alguns dos miúdos que andam na catequese e que estão nos escuteiros em Portimão foram os que acompanhámos nos primeiros anos em que estivemos aqui”, refere.
A irmã Fernanda Freire adianta que a colaboração se mantém “perspetivada em termos futuros”. “Somos sempre bem-vindas aqui. Estamos sempre disponíveis para dar algum contributo noutros sítios e sempre no desejo de levar a fé, mas também ajudar as pessoas a encarar a vida como ela merece ser encarada”, afirmou, explicando que o seu instituto, fundado em Viana do Castelo, embora com “poucas” consagradas e “comunidades pequenas”, procura ajudar no trabalho das paróquias. “Não temos obras, embora nos dediquemos muito à pastoral social, e também nos dedicamos à pastoral nas próprias paróquias”, afirmou.