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Via-Sacra em Loulé • Foto © Samuel Mendonça

O Secretariado da Pastoral Juvenil da Diocese do Algarve voltou a propor e os jovens voltaram a responder positivamente.

Aquele organismo da Igreja algarvia tinha proposto às paróquias algarvias, através das suas quatro estruturas vicariais, que promovessem nesta Quaresma Vias-Sacras para os jovens que os ajudassem a viver melhor a este tempo de preparação para a Páscoa.

Isso acabou por acontecer em três das quatro vigararias (circunscrições eclesiásticas constituídas por várias paróquias) da Igreja algarvia, envolvendo no total cerca de 710 jovens e também adultos que se quiseram associar.

No dia 12 deste mês à noite realizou-se em Lagos, com cerca de 150 participantes, para os jovens das paróquias que constituem a vigararia de Portimão. Para os jovens das paróquias que constituem as vigararias de Faro e Loulé, as vias-sacras realizaram-se na última sexta-feira à noite, respetivamente na Fuseta e em Loulé. Não obstante as condições meteorológicas pouco convidativas a saídas de casa, as caminhadas contaram com cerca de 360 e 200 participantes.

Em Loulé, a via-sacra, intitulada “Caminho de Misericórdia”, levou os jovens em peregrinação até à ‘Porta Santa’ do Santuário de Nossa Senhora da Piedade, popularmente conhecida como Mãe Soberana. Cada estação da via-sacra abordou uma obra de misericórdia (corporais e espirituais) que foram convidados a praticar, tendo por base a reflexão de excertos da bula ‘Misericordia vultus’ (O Rosto da Misericórdia) de proclamação deste Ano Santo e da exortação apostólica ‘Evangelii Gaudium’ (A Alegria do Evangelho) do papa Francisco e da exortação apostólica ‘Catechesi Tradendae’ (A Catequese para Hoje) do papa João Paulo II.

O trajeto, que partiu do Largo do Instituto Superior D. Afonso III (INUAF) tendo terminado quase à 1h de sábado, consistiu em acompanhar espiritualmente o percurso que Jesus fez até à morte, sepultura e ressurreição, com momentos de meditação e oração ao longo de 15 estações.

O percurso, marcado por leituras, cânticos, tempos de meditação e diferentes gestos simbólicos, evocou ainda os passos da peregrinação de Deus com a humanidade, ao longo da história da Salvação. O consumismo, o individualismo, a “busca desordenada de prazeres”, a indiferença, o sofrimento, a precariedade, a dignidade, a hipocrisia ou o egoísmo foram algumas das questões que foram mereceram a reflexão dos jovens que foram convidados a levar uma peça de roupa ou um agasalho para partilhar com os mais pobres.

Chegados ao santuário mariano, os participantes passaram pela ‘Porta Santa’ e rezaram junta à imagem da Nossa Senhora da Piedade na ermida antiga, antes se encaminharem para a igreja onde se evocaram as duas últimas estações da Via-Sacra.

A Quaresma é um período de 40 dias – excetuando os domingos –, marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário dos cristãos.