A ‘Missão País’ não se irá realizar este ano em contacto direto com a população por causa da pandemia de covid-19, mas irá acontecer em ambiente familiar.

A equipa nacional, que este ano contou com 36 pessoas divididas por 12 departamentos, propõe aos cerca de dois mil missionários inscritos este ano no projeto de voluntariado “um caminho de oração nas suas famílias e casas”.

Os chefes nacionais do projeto explicaram à Agência Ecclesia que querem dar “liberdade a cada missão para desenvolver atividades junto dos missionários inscritos” e que, na realidade de cada um, as três dimensões do projeto ‘Missão País’ se podem concretizar: externa, interna e pessoal”.

“Este ano somos todos chamados a adaptar-nos, a inovar e a fazer a diferença de uma forma pouco habitual, não só na ‘Missão País’, mas nos seus estudos, no trabalho e na vida”, valoriza Manuel Silva.

Carminho Ferreira Martins nota que o lema deste ano, «Porque temes? Sou eu», retrata os discípulos numa tempestade no mar, quando “viviam o medo e a incerteza, tal como nós o sentimos neste tempo”.

Manuel Silva reconhece que a pandemia “afetou” o projeto mas a equipa mantém “a força para continuar” o legado de 18 anos, garantindo que no final do semestre nova equipa tomará posse e formulará novas propostas para a Missão País 2022.

“Num ano de maior recolhimento continuamos a trabalhar e a desenvolver conteúdos, e em 2022 voltaremos às localidades”, vaticina.

Aqueles responsáveis explicam que o projeto quer congregar os missionários e mantê-los unidos na oração e motivar à esperança. “Não vamos partir em missão como nos outros anos, porque o que o tempo nos pede é para ficar em casa, e nos recolhamos enquanto ‘Missão País’; vamos viver este ano através da oração que vai levar a esperança”, explica Carminho Ferreira Martins.

A responsável explica que por causa da pandemia a equipa nacional “rezou e decidiu” realizar várias alterações no projeto: “Imperou a responsabilidade e a oração em cada decisão que tomamos – este projeto não é nosso, mas de Deus e temos de seguir o que ele nos pede para este ano”.

Manuel Silva recorda o processo de decisões que foram realizando, juntamente com a Direção Geral de Saúde. A equipa começou a trabalhar em abril de 2020, procurando “continuar a ser ‘Missão País’, a inspirar gerações a viver a fé católica, levar o lema e cultura, procurando reinvenção no toque”, fazendo-se presentes, sem o poder estar.

Se a opção inicial seria fazer missão na cidade, implementando um novo modelo, a equipa nacional começou também a perceber “não ser possível”. “Tínhamos um plano de contingência, reduzimos o número de missionários, pensámos em testar os missionários e criar bolhas epidemiológicas. Este plano foi sendo revisto mas percebemos que não seria a solução ideal”, contam.

A cor escolhida para a ‘Missão País’ 2021 é o verde musgo, a representar a “conversão do medo, em Esperança, trazida por Jesus”. O símbolo quer mostrar a “dinâmica da cruz”: “A dinâmica da cruz que nos transmite que mesmo que o caminho seja difícil, Jesus está connosco. A cruz que nos une a Jesus e torna-nos um só junto d’Ele. Aconteça o que acontecer, Jesus tem a sua mão estendida para nos puxar”, pode ver-se no vídeo da ‘Missão País’.

A ‘Missão País’ é um projeto católico criado em 2003 a partir do Movimento Apostólico de Schoenstatt (embora hoje seja independente) que organiza e desenvolve missões universitárias a partir de várias faculdades de Portugal. São semanas de apostolado e de ação social que decorrem durante três anos consecutivos no período de interrupção de aulas entre o primeiro e o segundo semestres, divididas em três dimensões complementares – externa, interna e pessoal – em que o primeiro ano consiste no “acolhimento”, o segundo na “transformação e o terceiro no “envio”.

com Agência Ecclesia