A Escola Superior de Enfermagem de Lisboa (ESEL) trouxe de volta a ‘Missão País’ à paróquia de Boliqueime neste segundo ano com 58 voluntários, mais 16 do que no ano passado.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Os missionários e o padre que os acompanha voltaram a ficar alojados no edifício sede do Agrupamento local do Corpo Nacional de Escutas, diante da igreja matriz.

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Para além da ESEL, os estudantes são oriundos de várias outras faculdades do país. Margarida Espanadeira, a chefe geral deste ano juntamente com Pedro Duarte, explicou ao Folha do Domingo que “muitos” estão a realizar a experiência pela primeira vez, mas outros tantos já participam na ‘Missão País’ “há alguns anos”.

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Aquela responsável contou também que vários elementos pertencem a movimentos católicos como os Jovens de Schoenstatt, as Equipas Jovens de Nossa Senhora, o Movimento ‘Comunhão e Libertação’, o Caminho Neocatecumenal ou o Movimento dos Convívios Fraternos. “São essas realidades que também vão dando caminho a estas pessoas”, acrescentou.

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Margarida Espanadeira complementa que o grupo de missionários é constituído também por “alguns que foram-se perdendo ou foram perdendo o amor à Igreja, outros ateus ou agnósticos” e que dali sairão, certamente, com os “corações mudados”. Mas ao constatar as realidades diferentes daquelas pessoas, a chefe geral destaca o que diz ser o mais importante: “somos todos iguais, todos irmãos em Cristo”.

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Agora que a semana iniciada no passado dia 18 de fevereiro se aproxima do fim, aquela voluntária diz ser possível já fazer um “balanço muito positivo”. Margarida realça o testemunho que os jovens têm trazido a “pessoas que estão mais sozinhas e que precisam de ajuda”. “Mais do que uma transformação em Boliqueime, que haja uma transformação interior e do coração de cada um, através do amor e do testemunho que cada um dá de Jesus”, deseja.

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Esta manhã, na Eucaristia realizada no lar da Santa Casa da Misericórdia de Boliqueime e que incluiu o sacramento da Unção, o sacerdote que acompanha os missionários destacava essa mesma dimensão. “O que é que estes jovens estiveram aqui a fazer esta semana? A acompanhar-vos”, resumia o padre Miguel Ângelo Ferreira.

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Em declarações ao Folha do Domingo, o sacerdote acrescentou que os estudantes também vêm à “busca de algum sentido para a vida que passa pelos outros”, caso contrário “ficariam nas suas casas”. O pároco de Pontével, Valada, Vale da Pedra e Lapa na Diocese de Santarém, que é também o responsável pelo Pré-seminário, considera igualmente que quem decide participar numa ‘Missão País’ está já num processo de “abertura” e “procura” de Deus. “Interrogam-se e procuram-no. Já não há uma negação”, complementa.

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“Há aqui algo que é íntimo, um aprofundamento que eles fazem de Deus e desta realidade a que Deus nos chama, a de nos amarmos”, desenvolve o padre Miguel Ângelo. Acrescentando que a experiência encerra “aprofundamentos e pequenas transformações”, refere concretamente a dimensão do “compromisso, mas também a da atenção ao outro”. Nesse sentido, garante que os universitários “saem diferentes ou a ver diferenças que têm a fazer na sua vida”.

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Outra dimensão que dizem estar a marcar este ano a ‘Missão País’ é a da realização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) pela primeira vez em Portugal no próximo verão. “As jornadas marcam muito a ´Missão País’ e a ‘Missão País’ marca muito as jornadas, em primeiro lugar porque as jornadas precisam de muitos voluntários”, refere Margarida Espanadeira, acrescentando que a inter-relação entre os dois eventos tem permitido dar a conhecer aos missionários aquele que “vai ser o maior encontro de jovens com o Papa em Portugal”.

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O padre Miguel Ângelo complementa que alguns dos missionários de Boliqueime estão na organização da JMJ. “Uma boa percentagem deles é de Lisboa e estão muito envolvidos na preparação da jornada, até a nível central”, refere. O lema da ‘Missão País’ este ano, em ligação com a JMJ, é ‘Alegra-te, Ele está contigo!’.

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A ‘Missão País’ em Boliqueime tem estado muito centrada no trabalho com crianças e idosos na Santa Casa da Misericórdia, mas também no Centro Social e Comunitário Vale Silves, sobretudo ao nível do trabalho com as crianças. Para além disso, o apoio social tem sido disponibilizado também através de uma das comunidades dos voluntários que tem estado envolvida na recuperação da habitação de uma pessoa carenciada e nas visitas ao domicílio.

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A ‘Missão País’ é uma iniciativa universitária que começou com estudantes ligados ao Movimento Apostólico de Schoenstatt, com 20 jovens, em 2003, e que se organiza e desenvolve a partir de várias faculdades de Portugal. Nela participam jovens de todos os credos e também quem não professa nenhuma religião. São semanas de apostolado e de ação social que decorrem durante três anos consecutivos no período de interrupção de aulas entre o primeiro e o segundo semestres, divididas em três dimensões complementares – externa, interna e pessoal – em que o primeiro ano consiste no “acolhimento”, o segundo na “transformação” e o terceiro no “envio”.