O Movimento dos Convívios Fraternos (MCF) promoveu no passado sábado uma iniciativa ‘online’ para assinalar o Encontro Nacional que costuma ter lugar anualmente em Fátima no primeiro fim-de-semana deste mês e que este ano pôde realizar-se devido à pandemia de covid-19.

A iniciativa, intitulada ‘#ao encontro’, pretendeu reunir em comunhão os convivas das dioceses portuguesas e incluiu em cada uma delas uma eucaristia presencial que, no caso do Algarve, teve lugar na igreja das Ferreiras, precedida por um momento de testemunho.
Aos 42 convivas ali presentes, incluindo uma de Aveiro, foram deixados quatro desafios pelo diretor espiritual daquele movimento no Algarve. O padre António de Freitas anunciou uma ‘Semana Conviva’, de 25 a 31 do próximo mês de outubro, a realizar em vez do Convívio Fraterno que costuma ocorrer incluindo o primeiro fim-de-semana de novembro e que este ano não se poderá realizar por causa da pandemia.

O sacerdote adiantou que a iniciativa poderá eventualmente incluir um encontro presencial – “uma eucaristia, uma vigília ou uma adoração” -, mas que será promovida sobretudo através da via digital “com pequenos testemunhos, pequenas partilhas e um momento de oração”.
Os convivas foram ainda desafiados a procurar aqueles que, entretanto, se afastaram. “Onde é que andam os outros convivas das vossas paróquias ou que fizeram convosco o convívio?”, questionou o padre António de Freitas. “Vamos à procura dos outros. Este tempo de pandemia não pode anular a nossa preocupação de ir ao encontro uns dos outros”, afirmou.

Na eucaristia, o sacerdote alargou o raio de alcance daquela proposta. “Jesus pede que profetizemos, que anunciemos o seu amor aos outros. A cada um de nós Jesus pede este movimento de irmos ao encontro dos outros”, lembrou.
A terceira proposta foi para que realizem nas suas paróquias um encontro mensal. “Um encontro mensal para adorar Jesus na eucaristia, para partilhar algum tema da nossa vida ou da palavra de Deus, para colocarmos à consideração dos outros as dificuldades que temos atravessado na vida da fé”, concretizou.
Por fim, o sacerdote pediu “que cada paróquia, com os seus convivas, possa criar uma rede de contactos para que seja mais fácil partilharem com todos os outros o que vai acontecendo”.
O encontro nas Ferreiras deixou ainda o apelo à retoma dos encontros da vida e da fé. “Que possamos levar daqui a coragem, o entusiasmo e a força para nos começarmos a relançar. Não podemos continuar a viver cada um no seu sítio com os medos, as fugas. Lancemo-nos para a frente. Cristo está connosco e conta connosco”, incitou o padre António de Freitas, lembrando que a comunidade, a eucaristia e a oração “são fundamentais na vida de um cristão e de um conviva”. “Sem oração, eucaristia e comunidade perdemo-nos. Ninguém sozinho consegue fazer bem o caminho”, alertou.

Isso mesmo testemunhou Samuel Camacho, que explicou como viveu, enquanto conviva, a sua fé durante este tempo da pandemia. Aquele seminarista da Diocese do Algarve, que realçou a importância da comunidade, da qual se viu privado durante o tempo de confinamento, disse ter sido “essencial parar para uma vida de maior oração” e garantiu que “a eucaristia foi o «oásis» deste tempo”. “Não foi fácil este tempo e continua a não ser”, reconheceu, explicando ter feito o “propósito de ter uma vida de maior oração e maior doação à comunidade do Seminário”. “Foi bom parar porque percebi que estava numa velocidade que não era adequada porque era a minha velocidade e não a da caminhada com Deus”, sustentou, exortando os convivas à colaboração com as suas paróquias.

Os restantes momentos do Encontro Nacional dos Convívios Fraternos, entre os quais uma celebração mariana, um momento de encontro com testemunhos e diálogos em pequenos grupos e um sarau à noite, realizaram-se através da plataforma zoom e no YouTube.