Foi dedicada e inaugurada no passado dia 15 de agosto a nova igreja de Almancil.
A celebração eucarística da dedicação da igreja paroquial teve início com o gesto simbólico de entrega das chaves da nova igreja ao pároco pelo construtor da obra. Seguiu-se a bênção da água, com a qual foram aspergidos o altar e as paredes da igreja, e celebração foi ainda marcada pela unção do altar e das paredes do edifício em sinal de consagração a Deus.
O bispo do Algarve, que presidiu à celebração, sublinhou que o edifício é sinal da Igreja constituída pelos cristãos. “Esta casa constitui, assim com a sua dedicação, um sinal peculiar da Igreja que todos constituímos: da Igreja que peregrina na Terra e da Igreja que habita no céu”, afirmou D. Manuel Quintas, considerando que a paróquia de Almancil “fica seguramente mais enriquecida e passa a ter melhores condições de celebrar o culto e melhor acolher quantos a ela se unem, particularmente na eucaristia dominical”. “Não há dúvida que melhoram profundamente as condições para uma maior dignidade celebrativa, bem como para crescer como Igreja de pedras vivas que celebra e testemunha a sua fé”, sustentou.
O prelado manifestou a sua “gratidão e reconhecimento a quantos participaram de tantas maneiras na construção” do templo e lembrou o cónego Gilberto Santos, falecido em 2012, pároco de Almancil entre 1992 e 2012 e impulsionador da construção daquele edifício. “Estamos certos que do céu se une a nós nesta mesma alegria e ação de graças”, considerou, destacando o padre Jorge Carvalho, atual pároco, que “soube dar continuidade ao caminho antes percorrido, certamente longo, mas que viria a revelar-se curto face ao muito que ainda faltava percorrer”.
Também o prior de Almancil evocou a memória do seu antecessor, lembrando a celebração de bênção e lançamento da primeira pedra da nova igreja, ocorrida em maio de 2011. O padre Jorge Carvalho lembrou que a escritura do terreno “só foi feita em setembro de 2013”, que o projeto de arquitetura, entrou na Câmara Municipal de Loulé no quarto trimestre de 2014, que a licença de construção foi dada em dezembro de 2015 e que o início da obra ocorreu em janeiro de 2016. “Nem sempre o caminho foi fácil. Por vezes, tive de lutar contra ventos e marés, mas, com aqueles que me acompanharam, conseguimos fazer este edifício”, regozijou-se.
O sacerdote lembrou ainda que o edifício, cujo custo total ascendeu a 2,4 milhões de euros, “foi financiado pelo fundo paroquial”. “Quando entrei na paróquia encontrei um milhão de euros”, afirmou, acrescentando que “o protocolo com o empreendimento de Vale de Lobo também previa uma comparticipação para esta igreja que foi de 460 mil euros”. “A Câmara Municipal de Loulé deu 300 mil euros para igreja. Ainda falta pagar 283 mil euros, mas a paróquia tem 200 mil e os 83 restantes hão de se encontrar”, acrescentou, agradecendo os donativos recebidos, inclusive de particulares. Como exemplo, o prior referiu os bancos da igreja que “foram todos oferecidos”, bem como algumas imagens e o órgão, assim como o altar, suportado por dois «livros» abertos: o Antigo Testamento e o Novo Testamento.
“Este edifício é bonito exteriormente e também no seu interior. É uma bela obra. Vê-se que é uma igreja. Quisemos que o seu interior seja simples”, prosseguiu, reforçando que a verdadeira Igreja é a constituída pelos cristãos. “Esta igreja foi construída para vós, mas não podem esquecer-se de uma coisa: vós sois a Igreja, a morada predileta do Criador. Não é só construir. Agora é preciso também que possamos, todos os domingos ao meio-dia, encher esta igreja”, exortou.
Perante largas centenas de pessoas presentes, incluindo muitos estrangeiros, também o presidente da Câmara de Loulé se regozijou com a nova igreja. “Uma obra desta envergadura e uma igreja que tanta falta fazia nesta vila do concelho de Loulé justifica plenamente a comparência massiva dos almancilences que compreenderam a importância do momento que aqui hoje estamos todos a viver”, afirmou Vitor Aleixo.
Considerando aquela “uma igreja digna de uma cidade”, evidenciou que “Almancil desenvolve-se muito rapidamente”. “Faz parte da vida da nossa comunidade o direito e o acesso à sua vida espiritual e religiosa”, reconheceu o autarca que também evocou a memória do cónego Gilberto Santos.
Também o presidente da Junta de Freguesia de Almancil considerou que a nova igreja, “local de paz, oração e meditação”, irá permitir a participação e o crescimento de “muito mais população da comunidade cristã”. “Este é, talvez, o melhor espaço para uso geral da população que se apresenta em Almancil”, afirmou Joaquim Pinto.
A nova igreja, implantada num terreno cedido pela Câmara de Loulé com 3.280 m2, recebeu uma bênção apostólica do papa Francisco e foi dedicada a Nossa Senhora de Fátima no ano em que se celebra o centenário das Aparições. O edifício, com uma área de 1150 m2, inclui para além da igreja no rés-do-chão, um salão para reuniões e encontros num piso posterior.
O pároco de Almancil já tinha dito, aquando da bênção dos sinos da igreja, que o salão por debaixo da igreja “poderá ser, eventualmente, emprestada a outros cultos, anglicanos ou outras confissões cristãs para que possa estar ao serviço da comunidade local no caso de haver essa necessidade”.
Recorde-se que a sede da paróquia passou pela igreja de São João da Venda, antes de ser na de São Lourenço onde funcionou até à inauguração da igreja matriz. Para além daquela igreja, a comunidade de Almancil reuniu-se também durante muitos anos na escola EB 2/3 Dr. António Santos Agostinho, onde também celebrava a eucaristia.
No final da celebração da dedicação foi feito o descerramento de três placas, uma assinalar a consagração da igreja, outra em memória do cónego Gilberto Santos, e a terceira em agradecimento à Câmara de Loulé.