Por Joaquim Mendes Marques
Por Joaquim Mendes Marques

O problema do envelhecimento, quase sempre acompanhado com o problema da solidão tem, nas ultimas décadas, preocupado imensos geriatas, psicólogos, sociólogos, assistentes sociais entre muitos outros técnicos e estudiosos incluindo, como não podia deixar de ser, um bom número de especialistas de neurologia e de psicanálise.

O problema específico da solidão que atinge um número cada vez maior de idosos, tem sido objecto de estudo e análise nos mais diversos simpósios e congressos sobre gerontologia.

De facto, a solidão é um dos aspectos mais graves do envelhecimento humano.

Como sabemos, envelhecer quer dizer, sem dúvida, contar com uma série de derrotas, ao fim das quais a pessoa se vai sentindo cada vez mais só.

Aos poucos perde-se a saúde, as faculdades e capacidades, bem como os amigos e as pessoas queridas…

E em muitos casos, além de todas estas perdas experimenta-se a angústia de ter de enfrentar a pobreza e de vir a sofrer de doenças incuráveis etc…

Mas, por outro lado, à medida que aumentam os anos também se verifica ou pode verificar o crescimento da paz, da serenidade, da fortaleza de alma e de uma visão das coisas e da vida à luz da eternidade.

Quando isto sucede, até a solidão é mais facilmente vencida.

Há muitos anos, frequentemente ouvia dizer a pessoas da família avançadas em idade e a viver sozinhas, quando interrogadas se sentiam a solidão, prontamente respondiam que nunca estavam sós, pois, como eram pessoas de fé vivida, acrescentavam que estavam sempre acompanhadas porque viviam unidas a Deus e às realidades sobrenaturais, tinham sempre o seu tempo ocupado com pequenos serviços e também a rezar…

E apesar dos achaques da idade viviam felizes, realizadas… Eram testemunhos vivos de como a vida cristãmente vivida dava sentido à sua aparente solidão.

Também é certo que, infelizmente, muitos idosos deixam de rezar, muitos outros rezam mas não estão seguros de rezar bem, contudo, uma coisa é certa: o encontro com Deus é indispensável, pois, como afirmam todos os orientadores espirituais a oração deveria ser um momento importante na vida de qualquer pessoa, mormente na vida de uma pessoa madura e já mais perto do encontro pessoal com Deus.

E é tão simples rezar, é tão simples louvar a Deus, agradecer-Lhe, pedir-Lhe ajuda, dizer-Lhe sim, reconhecer que Jesus é o Salvador, o único Salvador…

Reconhecer que “Deus está em tudo”e “Cristo está presente em todos”, como diz S. Paulo na sua primeira carta aos Coríntios.

Enfim, quão fácil ē fazer orações curtas, talvez repetidas muitas vezes, nos momentos de maior solidão, nos longos momentos de insónia ou de abatimento.

Não devemos esquecer também que as mais belas orações da Bíblia são pronunciadas pela boca de anciãos, numa esperança sincera de contemplar em breve a face do nosso Deus sempre misericordioso.