As obras de ampliação da igreja do Montenegro, iniciadas no princípio de 2021, vão ser inauguradas no próximo domingo, 14 de maio, ainda sem estarem totalmente concluídas, mas o suficiente para a comunidade paroquial já poder celebrar lá condignamente a Eucaristia.

Para além do alargamento lateral do edifício que permitiu que a sua capacidade passasse de 96 lugares sentados para mais do dobro, também a área do coro alto duplicou, o presbitério foi renovado, o teto foi revestido com madeira para melhorar a acústica e o pavimento foi substituído.


As duas fases da obra feita até agora resultaram da comparticipação do Estado ao abrigo do ‘Programa Equipamentos’ que visa a atribuição de financiamento para a instalação de equipamentos de utilização coletiva, promovidos por instituições privadas de interesse público sem fins lucrativos, para a construção, reconstrução, ampliação, alteração ou conservação de equipamentos urbanos daquele tipo, incluindo os religiosos.



A candidatura ao subprograma 2 (para obras com orçamento igual ou inferior a 100 mil euros) teve um investimento elegível de 99.328 euros e contou com um apoio de 46.664 euros, tendo inicialmente como prazo de execução um ano. Devido, sobretudo à pandemia, esse prazo foi aumentando, o que fez, inevitavelmente, derrapar o custo dos mesmos.
O pároco do Montenegro disse ao Folha do Domingo que a demora do Estado na aprovação da primeira fase do financiamento, “por causa da pandemia”, “veio encarecer muito a obra”. O cónego Carlos César Chantre adiantou que os trabalhos com orçamentação inicial de mais de 400 mil euros, já ascendem a cerca de 600 mil, incluindo os novos bancos de madeira no valor de 90 mil euros (que ainda não estão prontos), o altar e o ambão no valor de mais de 12 mil euros, a pia batismal no valor de mais de 7.000 euros e o sacrário no valor de mais de 4.000 euros. Estes últimos quatro elementos são da autoria da artista plástica Lígia Rodrigues, tal como o painel de mosaico já existente no presbitério.


Para além disso, a obra incluiu a construção de sacristia com uma casa de banho e outra instalação sanitária para serventia do público. O pároco destaca ainda que a intervenção adaptou o edifício à legislação atual, por exemplo no que respeita às normas relativas à segurança referentes concretamente à construção antissísmica e antifogo.
Para além da comparticipação do Estado, a obra tem contado com o apoio da Câmara Municipal de Faro num valor acumulado de 210 mil euros até ao momento. Para além disso, a paróquia pediu um empréstimo ao Seminário de Faro no valor 150 mil euros e outro a um particular no valor de 77 mil euros. O cónego César Chantre acrescenta que os paroquianos também “têm estado a colaborar muito”.

A terceira fase em curso das obras – igualmente comparticipada no âmbito de nova candidatura ao subprograma 2 com investimento elegível de 70.471 euros e apoio de 35.235 euros – contemplará a pintura exterior da Igreja e o seu arranjo exterior e tem um prazo de execução de 90 dias. Para uma quarta fase ficará, então, a construção das duas capelas mortuárias com ligação interior e das duas salas de apoio à igreja.
O projeto de alargamento da igreja foi iniciado pelas arquitetas Teresa Valente e Patrícia Malobbia da Câmara Municipal de Faro, tendo passado depois para as mãos do arquiteto Rogério Paulo Inácio.
A igreja do Montenegro, cuja primeira pedra foi benzida a 05 de janeiro de 1964 e inaugurada a 12 de outubro de 1966, foi um projeto concebido e acalentado pelo padre José Gomes da Encarnação, antigo pároco de São Pedro de Faro (paróquia de que mais tarde foi desmembrada aquela comunidade paroquial), cuja inesperada morte não deixou iniciar. Quem acabou por concretizar a obra da autoria do arquiteto Alfredo Carlos Villares Braga dos serviços técnicos da Câmara Municipal de Faro em terreno oferecido por Bernardino Bonixe, foi o padre António Patrício, sucessor do anterior pároco.

No domingo, o bispo do Algarve vai presidir à Eucaristia de reabertura da igreja pelas 18h, à dedicação do novo altar e à bênção do novo ambão. Na Missa será ainda instituído leitor o seminarista da Diocese do Algarve, Bruno Valente, natural do Montenegro.
Paróquia do Montenegro iniciou a obra de alargamento da igreja