O padre Domingos Monteiro da Costa, sacerdote da Companhia de Jesus (jesuíta) que celebrou 50 anos de sacerdócio no passado dia 30 de julho, assinalou a efeméride nos dias 10 e 11 deste mês na paróquia da Mexilhoeira Grande, da qual é pároco.


No primeiro dia, a comemoração das bodas de ouro sacerdotais teve início com uma receção para convidados no salão nobre da ‘Aldeia de São José’ em Alcalar. Na ocasião, o aniversariante explicou querer associar aquela celebração ao falecido padre Arsénio da Silva, ordenado no mesmo dia, que partilhou consigo a missão no Algarve durante 37 anos.




Seguiu-se depois a Eucaristia na capela daquela instituição, presidida pelo próprio aniversariante, e um jantar no salão do Centro Juvenil participado por cerca de 90 convidados, entre os quais, o bispo do Algarve, a presidente da Câmara de Portimão e demais membros do executivo autárquico.


Após uma intervenção, a autarca Isilda Gomes fez oferta ao sacerdote de um quadro simbólico da cidade e comprometeu-se com a comparticipação de 18.000 euros para as obras de restauro do terraço e do salão do Lar de Idosos da Mexilhoeira Grande. Antes, já o presidente da Junta daquela freguesia tinha feito oferta de um cheque de 1.000 euros para o mesmo fim.

No dia seguinte, 11 de setembro, o sacerdote presidiu à celebração da Eucaristia na igreja matriz da Mexilhoeira Grande. Na homilia, em que repetiu o que já havia dito no dia anterior, o padre Domingos da Costa afirmou que “Deus serviu-se da expulsão do [seu antecessor naquela paróquia] padre Gonçalves”, um ato que considerou “mais que criticável”, “para fazer da Mexilhoeira Grande o que ninguém sonhava nem esperava”.


“Foram muitas as interrogações e as dificuldades que fui encontrando! Cheguei a ser convidado pelo bispo dos Açores, para deixar esta paróquia e juntar-me aos dois jesuítas, que se encontravam em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, à espera de um terceiro. E o provincial não era contra! Mas o Senhor dizia-me: «se deixas este teu povo, nunca mais o bispo encontrará um padre para o libertar e a tua consciência nunca mais encontrará a paz», desenvolveu.
“Hoje, ao recordar as peripécias por que passei por causa deste povo e este povo por causa de mim, só posso dar graças como São Paulo: «Dou graças Àquele que me deu força, Jesus Cristo Nosso Senhor, que me julgou digno de confiança e me chamou ao seu serviço…» para fazer desta freguesia e desta paróquia, tidas como última do concelho de Portimão e da diocese, uma luz”, concluiu, feliz porque lhe “foi dado ver o fruto do caminho feito com o padre Arsénio nos colegas que vieram continuar” a missão de ambos.
Um desses colegas, o padre Nuno Tovar de Lemos, superior da comunidade jesuíta algarvia sedeada em Portimão, leu uma carta do superior geral dos jesuítas, o padre Arturo Sosa. Também uma representante da paróquia apresentou uma saudação e ofereceu uma casula e uma estola brancas ao pároco aniversariante e, no final da Eucaristia, teve lugar no adro da Igreja um almoço partilhado.
O padre Domingos da Costa já tinha assinalado os seus 50 anos de sacerdócio logo no passado dia 27 de julho na Alemanha e no dia 13 de agosto na sua terra natal.