O padre Fábio Pedro, de 33 anos, ordenado no passado dia 23 deste mês pelo bispo do Algarve, regressou ontem ao final da tarde à sua comunidade para celebrar a sua ‘Missa Nova’.
A pequena igreja da comunidade da Boa Hora, no interior do concelho de Loulé, foi incapaz de acolher todas as pessoas que quiseram estar presentes na primeira celebração da Eucaristia do recém-ordenado sacerdote, natural daquela localidade. Várias cadeiras foram colocadas no adro e nas arcadas para que os que não puderam entrar na pequena igreja pudessem participar na celebração através das imagens transmitidas para o seu exterior. A transmissão foi partilhada também em direto nas redes sociais das paróquias de Loulé.
O bispo do Algarve, que fez questão de marcar presença no início da eucaristia, lembrou o caminho de “perseverança, persistência e insistência” percorrido pelo padre Fábio Pedro, acrescentando o apoio da “oração”, “estímulo” e “amizade” daquela comunidade. “O facto de ele ter escolhido celebrar aqui esta primeira missa, interpreto como sinal de agradecimento e reconhecimento cada um de vós. E é este reconhecimento e agradecimento que eu quero manifestar também como bispo da diocese”, agradeceu D. Manuel Quintas.
O bispo diocesano disse ser “uma alegria muito grande”. “Sempre que há uma ordenação é sinal de que Deus não recusa estar connosco, que Deus nos acompanha no meio das nossas dificuldades, nomeadamente na falta de pastores para a nossa Igreja diocesana”, prosseguiu, agradecendo a Deus, ao padre Fábio Pedro e àquela comunidade da Boa Hora.
No entanto, D. Manuel Quintas alertou que a sua missão não acabou. “Estou aqui para vos dizer que não terminou e vós já sabeis também. Precisamos muito – eu, bispo, e os padres todos – e o padre Fábio vai continuar a precisar da vossa oração. Nós precisamos da oração do povo de Deus. Da oração, da amizade, do calor humano e da presença”, advertiu.
O bispo do Algarve considerou ainda que “os leigos do Algarve são muito generosos, amam muito profundamente” a sua diocese, reconhecendo “a dedicação que lhe têm, os sacrifícios que fazem, às vezes mesmo com prejuízo, não apenas pessoal, mas da própria família”. “Isso é um estímulo muito grande para nós”, garantiu, considerando que essa atitude é expressão da tão falada sinodalidade, dessa comunhão na vida e na ação pastoral da Igreja diocesana.
“É estímulo para mim como bispo, para nós padres e diáconos, e há de continuar a ser da parte de vós também em relação ao padre Fábio, na sua vida agora como sacerdote, a nível de sua fidelidade, em relação aos compromissos que assumiu e, sobretudo, em crescer no amor por esta Igreja diocesana e no amor pela pessoa de Cristo que o chamou, o consagrou e o enviou e continua a enviar cada dia”, completou.
“Vamos continuar a louvar o Senhor pelo dom destes novos padres, vamos continuar a rezar para que continue a enviar vocações para a nossa Igreja diocesana, vamos continuar a rezar para que o Senhor, que nos chamou, nos consagrou e enviou, nos faça fiéis à sua vocação, à sua consagração e à missão que nos confiou”, pediu.
O novo sacerdote começou por reconhecer a “carga emotiva muito forte” para si daquela eucaristia e pediu que rezassem “para que seja fiel ao ministério” que recebeu, ao “anúncio da esperança e salvação a todos os povos” e “que, nos momentos de dificuldade sempre possa encontrar no bom Deus um porto seguro, um abrigo onde retemperar as forças para poder continuar a acolher a vontade de Deus e levar a Boa Nova até aos confins do mundo”.
Quase a terminar, convidou todos os presentes a acompanharem-no na consagração da sua vida e do seu ministério a Maria. “O que é um filho sem uma mãe? Tenho aqui a minha mãe biológica no banco da frente, que me acompanhou. Mas também tenho uma Mãe espiritual que também sempre me acompanhou”, afirmou.
Por fim, agradeceu às irmãs doroteias que o ajudaram no seu caminho vocacional, às irmãs dominicanas de Santa Catarina de Sena que, em Paderne, ajudaram também na sua caminhada e às irmãs da Sagrada Família e da Divina Providência que o acolhem na casa delas em Quarteira e, “na sua simplicidade” o “ajudam a crescer como pessoa e como cristão”. “Muito obrigado, também à comunidade da Boa Hora quem me ajudou a ser aquilo que sou”, acrescentou.