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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

As famílias das paróquias que constituem a vigararia de Loulé peregrinaram no passado sábado a Albufeira.

Com cerca de 230 participantes, oriundos das paróquias de Albufeira, Armação de Pêra, Boliqueime, Ferreiras, Loulé, Paderne e Silves, a peregrinação teve início na ermida de Nossa Senhora da Orada, com a oração pelas famílias presidida pelo pároco local.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O padre Flávio Martins destacou a iniciativa como um “tempo de peregrinação, encontro, convívio, oração e comunhão” para os participantes viverem “unidos a Maria” e “uns aos outros”. “Vamos expressar aquilo que é a nossa fé, a nossa alegria, o nosso testemunho, testemunhar nesta cidade da nossa vigararia este momento de partilha, de intimidade, de Igreja da qual todos nós fazemos parte”, introduziu.

A peregrinação, promovida pela equipa vicarial da pastoral familiar, prosseguiu com a caminhada de cerca de um quilómetro e meio rumo à igreja matriz. Ao longo do percurso, os peregrinos recitaram a oração do rosário através dos mistérios gozosos.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Na paragem com evocação do presépio que assinalou o terceiro mistério, os participantes foram convidados a escrever uma oração para que as famílias “sejam cada vez mais famílias cristãs”. Aos pais foi pedido para redigirem uma prece pelos filhos e aos filhos pelos pais, que foi depositada em família junto da imagem do Menino Jesus para ser entregue no altar no decurso da eucaristia celebrada na igreja matriz.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Os peregrinos rezaram ainda pelas “famílias que não puderam estar” presentes e por aquelas “que atravessam algum momento difícil” e a chegada à igreja terminou com vivas e palmas a Nossa Senhora.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

No início da eucaristia, o padre Flávio Martins realçou aquele “dia de comunhão eclesial” da vigararia de Loulé e o padre Carlos de Aquino, vigário daquela vigararia, que presidiu à celebração, contextualizou aquela peregrinação. “Esta tarde fizemo-nos peregrinos, peregrinos da alegria. Com Vicente de Albufeira queremos aprender a ter um coração missionário, aberto, servidor do evangelho da alegria e fazemo-lo sempre sob a proteção de Nossa Senhora, aqui evocada como Senhora da Orada. A ela viemos como peregrinos neste tempo de Páscoa para com ela aprendermos a sempre escutar o Senhor que nos fala, que nos ama. Na memória de fé, hoje aqui reunidos em expressão vicarial, celebramos a verdade da nossa identidade cristã e familiar”, afirmou, antes do rito de aspersão que fez memória do batismo.

A celebração ficou marcada pelo desafio deixado pelo sacerdote às famílias. “Somos hoje e sempre desafiados a ser evangelizadores do amor”, afirmou, considerando ser preciso para transmitir essa “boa notícia do evangelho”, “aceitar que a fonte para o verdadeiro amor está no coração de Deus”. O sacerdote advertiu que “buscar esta fonte” “exige uma fé alicerçada pela oração e pela escuta permanente de Deus”, mas também uma “silenciosa e permanente contemplação de Cristo vivo e ressuscitado presente nos sacramentos da Igreja”.

O padre Carlos de Aquino evidenciou que o amor é o que “identifica na verdade os seguidores e os discípulos de Jesus”. “Aquilo que é identitário e fundamental em nós é o amor, a capacidade de amarmos até ao dom total das nossas vidas como Ele e com Ele. A novidade do amor cristão é a de amarmos como Jesus amou”, sustentou.

“Sem amor não há família, não há discípulos de Jesus, não há Igreja, não há evangelização. Amar como Ele e amar com Ele. Não é uma mensagem nova, mas a novidade, a criatividade, a fantasia deste amor, o realizaremos nós nas nossas vidas, nas nossas comunidades, na alegria do nosso testemunho”, desenvolveu, lembrando que as famílias cristãs “são testemunhas do evangelho, da alegria e do amor”.

O sacerdote acrescentou que “nesse amor de Deus nunca há espaço para as desistências, medos, ruturas, maledicências, mentira, ciúmes, morte”. “Nesse amor, a vida floresce como bênção, renova-se a cada dia, ganha profundidade o sorriso das crianças, a força dos jovens, a maturidade dos esposos, a sabedoria dos velhos”, reforçou.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

“É preciso não silenciarmos a força do verdadeiro amor em nós, não emudecermos a alegria, não sermos cristãos tímidos, medrosos e silenciosos. É preciso não silenciar o fruto e dom do Espírito, não amordaçar a esperança. É urgente e é preciso que sejamos livres e construtores de liberdade alicerçada na beleza do evangelho”, prosseguiu.

Naquela celebração, que teve como objetivo bendizer e louvar a Deus pelas famílias que, para além de concretizar o amor, “vivem como verdadeiras comunidades de vida” e “de fé”, o sacerdote apelou ainda à valorização deste aspeto. “É preciso que permaneçamos firmes na fé e saibamos narrar em cada dia as maravilhas que o Senhor faz por nós”, pediu.

“Bendizemos o Senhor por tantas famílias que, sem medos e timidez, continuam a cultivar os valores humanos e cristãos, a serem verdadeiras escolas de evangelização, casas de ternura, humildes igrejas domésticas que têm a coragem de fazer parte do sonho de Deus, construindo com Ele e unidas a Ele, servindo na construção de um mundo novo”, afirmou também.

A eucaristia, que contou com preces das famílias presentes colocadas na árvore junto à imagem de Nossa Senhora de Fátima, terminou com a oração de consagração à Virgem Maria.