Portugal vai acolher pelo segundo ano consecutivo uma prova do Mundial de MotoGP, em 18 de abril, no Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão, anunciaram a organização do campeonato (Dorna) e a Federação Internacional de Motociclismo (FIM).
O adiamento das corridas marcadas para Argentina (11 de abril) e Estados Unidos (18 de abril), devido ao aumento de casos provocados pela pandemia do novo coronavírus, promoveu o Autódromo Internacional do Algarve de suplente a circuito efetivo do campeonato.
Portugal vai acolher a terceira etapa do Mundial de MotoGP, que arranca em 28 de março, em Losail, no Qatar, o mesmo circuito que vai receber a segunda etapa, o GP de Doha, em 04 de abril.
Em 2020, Portimão recebeu pela primeira vez uma corrida de MotoGP, em 22 de novembro, quando Miguel Oliveira (KTM) arrebatou o segundo triunfo na classe rainha do motociclismo de velocidade, depois do triunfo em Estíria, na Áustria, em 23 de agosto.
O piloto português recordou a vitória no Autódromo Internacional do Algarve, após o anúncio. “Lá vamos nós outra vez”, escreveu, em legenda a uma fotografia de 22 de novembro de 2020, quando venceu a corrida no circuito algarvio.
O presidente da FIM, o português Jorge Viegas, diz ter “esperança” de que possa haver público no Grande Prémio de Portugal de MotoGP de 2021. “Neste momento, ainda não sabemos se poderá haver público, mas a verdade é que tenho a esperança de que a situação no nosso país vá melhorar de tal forma que possamos dar essa alegria aos portugueses, de verem o Miguel Oliveira e todos os outros fantásticos pilotos ao vivo”, assumiu Jorge Viegas à agência Lusa.
O dirigente máximo do motociclismo mundial já em dezembro tinha antevisto que “dificilmente” seria possível realizar as provas previstas no continente americano, pelo que Portugal estava na linha da frente para regressar ao campeonato, com o Autódromo Internacional do Algarve, como circuito de reserva. “Estou muito contente que a minha previsão do ano passado se vá concretizar, pois o circuito de Portimão foi do agrado generalizado de todos, pilotos e equipas de MotoGP”, frisou Viegas.
A presidente da Câmara de Portimão considerou que o regresso da prova ao autódromo do Algarve reflete “o reconhecimento da qualidade do circuito e a excelência” da organização portuguesa. “O regresso desta importante prova mundial de motociclismo significa que a corrida aqui realizada em 2020 foi excelente, daí os organizadores incluírem o autódromo de Portimão no calendário deste ano”, disse à agência Lusa Isilda Gomes (PS).
A autarca considera que a prova, mesmo que não venha a ter público nas bancadas, traduz-se num importante impulso para a economia da região “e, até mesmo, do país, devido à sua projeção mundial”.
“Os milhares de pessoas que integram as equipas vão deixar muito dinheiro, porque vão ficar alojados nas unidades hoteleiras e a transmissão e divulgação do evento tem uma projeção mundial, de facto, inigualável”, enfatizou.
Na opinião de Isilda Gomes, a realização de duas provas em dois anos consecutivos, “deve-se à tenacidade, persistência e credibilidade do Paulo Pinheiro, diretor do autódromo, que tem continuado teimosamente a apostar nos grandes eventos”.
A maior associação de hoteleiros do Algarve mostrou-se também satisfeita com o anúncio.
À Lusa, o presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA) evidenciou que é “naturalmente uma boa notícia” que segue o pensamento que defende, de que “estes eventos devem ter continuidade, prosseguindo anualmente”. “Só assim poderão contribuir para a promoção e divulgação da região no exterior, tendo em conta a elevada cobertura mediática que estes eventos têm”, afirmou Elidérico Viegas.
O responsável lamenta, no entanto, que “a mesma coisa não aconteça com a Fórmula 1”, que entre 23 e 25 outubro do ano passado realizou a primeira prova no circuito algarvio, com cerca de 27.500 espetadores, e que não se repete este ano.
É, aliás, a questão da assistência que leva o representante dos hoteleiros algarvios a considerar que o impacto seja “meramente mediático”, já que as “condições da pandemia” mantêm os fãs longe dos recintos desportivos.
Ainda assim, considerou, o GP de Portugal assume alguma relevância para as “unidades hoteleiras e empreendimentos perto do autódromo”. “O que se espera é que tenha continuidade nos anos vindouros depois da pandemia e aí já com público, a funcionar normalmente”, conclui.
Esta vai ser a 15.ª edição do Grande Prémio de Portugal de MotoGP, depois de 12 edições, entre 2002 e 2012, terem sido disputadas no autódromo do Estoril e a de 1987 no circuito de Jarama, em Espanha.
O calendário do Mundial de MotoGP de 2021 tem agora previstas 19 corridas, mantendo como reserva o circuito de Mandalika, na Indonésia, e aguardando pelo reagendamento das provas na Argentina, nas Termas de Río Hondo, e nos Estados Unidos, no circuito das Américas.
O campeonato encerra em Valência, em 14 de novembro, depois de a temporada de 2020 ter terminado em Portimão.
O espanhol Joan Mir (Suzuki) é o detentor do título mundial, depois de ter sucedido ao compatriota Marc Márquez, campeão em 2013, 2014, 2016, 2017, 2018 e 2019.
Miguel Oliveira, que vai alinhar na equipa de fábrica da KTM, depois de dois anos na satélite Tech3, concluiu a sua segunda temporada na categoria rainha do motociclismo no nono lugar da classificação de pilotos, depois de se ter estreado com o 17.º posto, em 2019.