Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Os professores da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) reuniram-se no passado sábado para avaliar o ano letivo que agora terminou e começar a programar o próximo.

O encontro, que teve lugar no Seminário de São José, em Faro, promovido pelo Secretariado do Ensino Escolar da Diocese do Algarve, ficou marcado pelo apelo do assistente daquele serviço a que os docentes promovam na escola a “defesa do equilíbrio ambiental do planeta”. “Este tema tem que ser discutido no meio escolar. O meio escolar tem de saber que a Igreja está na vanguarda dessa defesa”, instou o cónego Carlos César Chantre.

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Aquele responsável desafiou mesmo os professores a fazerem “trabalhos visíveis ao exterior e coletivos com os alunos de EMRC” sobre aquele tema. “É um tema de futuro e vocês são professores do futuro. Não encontraremos época histórica mais difícil para o planeta do que esta que estamos a viver”, sustentou, acrescentando que “os outros professores todos têm que saber que, antes da questão se levantar, já a Igreja a tinha levantado”. “Isto é importantíssimo para a credibilidade da Igreja nas escolas”, considerou.

O assistente do Secretariado Diocesano da Pastoral Escolar (SDPE) disse ainda que “o professor de EMRC deveria ser a consciência da escola” e “ter uma relação umbilical com a direção” da mesma. “A direção da escola tem de olhar para o professor de EMRC como um instrumento para o equilíbrio da escola”, reforçou, lembrando a importância daquele docente em “momentos mais delicados”, “onde entra a ética e a moral”, e nas “relações entre todos”. “Onde houver uma bolsa de fragilidade na escola, deve estar o professor de EMRC e rapidamente ligar-se à direção para que a direção tenha consciência de que nos bastidores tem um professor atento a essas fragilidades”, acrescentou, considerando que “só assim o professor de EMRC pode vir a ser a consciência da escola”.

O sacerdote acrescentou ainda que “se todos da escola olharem para o professor de EMRC assim, provavelmente a questão das matrículas passa a ser uma questão da escola e não uma questão do professor” da disciplina.

O cónego César Chantre lembrou ainda que na escola “o professor de EMRC não está em seu nome próprio”, mas “em nome da Igreja”. “Uma das caraterísticas do professor de EMRC, das caraterísticas fundamentais para a identidade, é a união ao bispo diocesano e à dinâmica da diocese. Nenhum professor de EMRC se pode sentir um verso fora do poema e, às vezes, corremos esse risco”, advertiu.

No encontro, que serviu para os 17 docentes presentes refletirem sobre as ações de formação, a organização dos dias da disciplina e a campanha de matrículas em ordem ao próximo ano letivo, foi-lhes ainda feita a oferta de uma publicação e homenageado com uma lembrança o padre José Manuel Pacheco, que foi professor da disciplina durante 16 anos em Lagos, e a antiga responsável do SDPE.

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Edite Azinheira disse ter sido um serviço que prestou à Igreja “com muita honra e muito gosto durante 20 anos”. “Servi, servi com muito gosto e da maneira que fui capaz. Ao longo destes anos fui sofrendo e fui-me alegrando também muitas vezes com a vida de muitas pessoas. Fiz muitos amigos e continuo com muitas pessoas no coração. Tenho muita pena que muitos professores tenham partido”, afirmou.

Aquela professora evidenciou a urgência de formar professores de EMRC. “Daqui a uns 12 anos, quando alguns de nós nos reformarmos, vai haver uma grande crise de EMRC. Temos que ir incutindo nos nossos alunos e nas nossas paróquias isto de ser professor de EMRC”, afirmou.