
A Igreja Católica algarvia decidiu que, tal como nos últimos três anos, a renúncia quaresmal deste ano dos seus membros se destine novamente a reforçar o seu Fundo Social que visa apoiar as vítimas algarvias da crise, “dando prioridade às situações de carência mais grave”, concretamente junto da “população desempregada”.
A informação foi dada ontem à noite pelo bispo da diocese, D. Manuel Quintas, que presidiu à missa das Cinzas na catedral de Faro.
A renúncia quaresmal é uma prática habitual na Igreja Católica durante o período que serve de preparação para a Páscoa. Os fiéis são convidados a privar-se de bens supérfluos em favor das populações mais desfavorecidas e a entregar esse montante à sua diocese, que o encaminha para um projeto à sua escolha.
D. Manuel Quintas disse ainda que o Fundo Diocesano Social já recolheu 170.621 euros desde 2009, quantia que possibilitou atender desde essa altura 303 casos, dos muitos que chegaram e que, assegurou, continuarem a chegar à diocese algarvia. “Manifesto o meu reconhecimento a quantos continuam a servir-se deste canal de partilha fraterna. Se é verdade que começa a surgir algum otimismo nas análises feitas a respeito da reação da economia à crise que temos vindo a atravessar, é igualmente verdade que os pedidos, entre nós, não diminuíram. Renovo, por isso, o meu apelo a não esmorecermos na nossa generosidade”, acrescentou ainda.
O financiamento do Fundo Diocesano Social é proveniente, para além da renúncia quaresmal anual dos católicos algarvios, de donativos particulares. O apoio é decidido por uma equipa de gestão que analisa caso a caso, segundo o relatório elaborado por técnicos credenciados. Uma das condições impostas para receber a ajuda, subjacente ao próprio regulamento do Fundo Diocesano Social, é que se verifique a situação de desemprego do beneficiário e, no caso dos casais, que a mesma se verifique pelo menos em relação a um dos seus membros.
Os donativos para o Fundo Diocesano Social podem ser feitos através do NIB 001800000617213600178 ou entregues nas próprias paróquias algarvias, indicando esta finalidade.