O sacerdote da Diocese do Algarve, que ontem testemunhou em Roma a apresentação ao mundo do novo Papa, conta que “os milhares na praça [de São Pedro] vibraram em apoteose” quando saiu o fumo branco da chaminé instalada no topo da capela Sistina.
“Todos nos manifestámos em festa porque seguimos Jesus que pediu a Pedro que O seguisse”, justifica o padre Pedro Manuel.
O sacerdote algarvio, que chegou àquele espaço por volta das 12h (11h em Lisboa), começou por testemunhar o ambiente que se vivia após o surgimento do fumo negro, indicador de que ainda não teria sido possível chegar à eleição do novo Papa, mas permaneceu confiante. “Realmente comecei a pensar que, inadvertidamente, poderia testemunhar uma nova página da história da Igreja que se escreveria a partir de 8 de maio de 2025”, conta no testemunho que Folha do Domingo lhe pediu.
O padre Pedro Manuel explica que o ambiente “era alegre e também orante”. “Muita gente estava ali em contexto de profunda comunhão com Deus e com a Igreja que estava a ponto de eleger um novo sucessor de Pedro pela mão dos cardeais e por ação do Espírito Santo”, sustenta, acrescentando que a partir das 15h a praça começou a encher ao ponto de não se conseguirem mover. “Muita gente chegava e começava a cantar, a rezar e a pedir que a eleição acontecesse”, lembra.
Depois do fumo indicador da eleição do sucessor de Pedro e da alegria que se seguiu, o explica que o anúncio do novo Papa e do seu nome motivou “uma manifestação indescritível”. “Não foi nenhum dos que os entendidos diziam… foi aquele que Deus quis”, considera o sacerdote.
O padre Pedro Manuel lê no nome escolhido pelo cardeal Robert Francis Prevost “um compromisso com a tradição”, remetendo imediatamente para nomes de anteriores pontífices como Leão Magno ou Leão XIII, mas realça, sobretudo, um compromisso com a “missão”: “levar o evangelho a todo o mundo como os apóstolos”.
“Leão XIV quer caminhar em conjunto com todos os discípulos de Cristo, construindo pontes e a unidade na Igreja!. Assim Deus o ajude. Diante de um Papa que sabe emocionar-se é fácil rezar a humanidade porque ontem os seus olhos falaram da verdade que o seu coração transmitiu num compromisso pleno com o mundo”, refere.
Acontecimento, emoção e verdade: um nome que é também uma missão
Há um algarvio em Roma a testemunhar os momentos da eleição do próximo Papa