A Eucaristia de hoje foi presidida pelo D. Luís Cabrera, Arcebispo de Guayaquil que perante largos milhares de fiéis, na sua homilia nos recordou que fomos “salvos na cruz por amor”.
A praça de São Francisco na capital do Equador já foi cenário de muitas manifestações de diferentes quadrantes… políticos, sociais e religiosos. Aqui já muitos se manifestaram pela liberdade, justiça e paz!
Hoje, irmãos e irmãs de 57 países estão congregados para celebrar a festa da exaltação da Santa Cruz porque Jesus foi enviado ao mundo por amor com uma finalidade: a salvação e a vida eterna, pela eucaristia e pela cruz com a nossa respostas. Apenas com um motivo: o amor ao mundo!
Ficamos admirados porque não imaginamos o seu amor tão grande e gratuito porque supera tudo. Vivemos de alegria porque o coração salta de gozo ao sentir-se amado sem mérito algum da sua parte.
O Amor que não exclui ninguém! Socialmente, religiosamente, moralmente, Deus ama o mundo com as suas alegrias e misérias. Ama a terra tantas vezes explorada e outras cuidada.
Deus ama sempre. E tem uma finalidade, salvar e dar vida. Jesus veio ao mundo para dar a vida eterna ao mundo. Jesus salva-nos agora do egoísmo e da soberba.
O desafio feito ao homem: Amar a Deus, aos outros, aos irmãos, ao cosmos. Só os homens e mulheres livres são capazes de amar. A vida eterna começa já… o que come o meu corpo e bebe o meu sangue tem a vida eterna. A eucaristia não é o prémio dos Santos, é o pão dos pecadores (Papa Francisco).
Jesus, e nós, como bons samaritanos que olhamos com amor e curamos com ternura e perdão, somos hoje chamados curar as vítimas de todas as formas de abuso de e a pedir perdão, a reconhecer o delito e reparar a vida…
Jesus dá nos a vida eterna para que possamos sarar as feridas do mundo. Deus vale-se de uma serpente para curar os efeitos do veneno, no antigo testamento.
Para São João, a cruz, sem deixar de ser instrumento de sofrimento e morte, é sinal de triunfo e vitória. O filho do homem não quis o caminho dos privilégios. “Não Se valeu da sua condição divina mas tomou a condição de servo”!
A resposta que espera o Senhor: acreditarmos no Seu Filho! Ninguém está excluído da salvação. A graça é para todos, todos, todos… O amor de Deus espera uma resposta livre. A realização do sonho de Deus depende da nossa liberdade.
Os 7 sinais de Jesus em João apenas têm uma finalidade, que vejam e acreditem n’Ele. Viram o prodígio e acreditaram em Jesus, assim terminam os relatos de todos os sinais! O sinal conduz-nos à pessoa que o realiza. A cruz é o maior sinal… estas coisas “foram escritas para que acreditem e tenham a vida eterna”. Acreditar no Filho é uma resposta consciente que nos dá força para segui-l’O.
O desafio é ser e sentirmo-nos filhos, ser irmãos e não inimigos, ser servidores e não patrões, ser administradores dos bens de Deus e não donos da terra!
Que este congresso eucarístico internacional dê um fruto: abrir e reforçar refeitórios onde possamos repartir com os irmãos o pão de que necessitam… dar tudo o que temos… Depositar no coração de Jesus os nossos sofrimentos e esperanças, sobretudo das vítimas das guerras. Que sejamos capazes de fazer um firme compromisso de continuar a trabalhar pela liberdade, justiça e paz.
Terminada a Santa missa o Santíssimo Sacramento foi levado em procissão num andor transportado por bispos, sacerdotes e seminaristas numa profunda e bela procissão, cantada e rezada, ao longo de vários quilómetros até à basílica do compromisso.
Não se pode ignorar o que se passou em Quito! A igreja toda estava neste lugar! Pequenos e grandes, jovens e velhos… todos cantaram, adoraram e viveram a alegria de “serem todos irmãos” numa “fraternidade que quer curar o mundo”, onde as feridas são apenas meio para o Amor de Deus chegar e sarar.
P. Pedro Manuel
Delegado Diocesano ao Congresso Eucarístico Internacional – Quito/Equador
