O diretor do Secretariado da Catequese da Igreja do Algarve reconhece que às catequeses paroquiais estão a chegar catequizandos com vários problemas e alerta para a necessidade de “formação permanente” dos catequistas.
“Às nossas catequeses chegam crianças, adolescentes e jovens com as mais diversas experiências e situações: desestruturação familiar, deficit afetivo, poucos valores autênticos e sinceros, crises diversas, sedentos e à procura de algo”, escreve o padre Flávio Martins, em carta dirigida aos padres e catequistas, à qual Folha do Domingo teve acesso.
Explicando que aqueles destinatários “trazem em si, o efeito da secularização da sociedade dos adultos e maduros”, aquele responsável considera a secularização “como um herbicida” que “seca e mata tudo o que é sinal de vida, de esperança e de fé”.
Lembrando que a sociedade “mudou muito, em pouco tempo”, “porém, nem sempre pelo melhor”, o padre Flávio Martins considera que os catequizandos procuram “uma vida diferente, diferente da oferta do mundo” e alerta para a necessidade de formação dos catequistas. “É certo que a catequese é uma tarefa bonita e agradável, mas também árdua e exigente, em diferentes níveis. Hoje, exige-se uma formação permanente, para poder responder às mais variadas situações, com que nos deparamos ao longo do percurso catequético”, refere.
Aos catequistas, o sacerdote lembra ainda a essência da sua missão. “A nossa missão não é outra senão dar o que temos: Jesus Cristo”, afirma. Advertindo que “ninguém dará o que não têm”, lembra que “a catequese não é uma escola de ensino profissional de doutrinas”, mas “uma escola de testemunho de vida cristã, do catequista para o catequizando”. “A catequese faz-se, não só com os manuais, mas acima de tudo com a nossa vida cristã, autêntica e coerente”, complementa.
Neste sentido, diz àqueles agentes da pastoral ser “urgente criar, em cada um, uma motivação interior, para anunciar Jesus Cristo”, lembrando ser “essencial” o “tempo de oração”. “Criemos o desejo de estar e adorar o Senhor, em espírito e verdade. A vida diferente descobre-se no diálogo com o Senhor Jesus, O mesmo que nos chamou a este serviço. O fruto do nosso ministério depende, não tanto dos materiais pedagógicos e práticos – necessários e úteis para o decorrer das catequeses –, mas sim da oração e do encontro pessoal e periódico com Jesus”, sustenta.
Procurando responder à necessidade da formação dos catequistas, o Sector da Catequese da Infância e Adolescência da Diocese do Algarve apresentou o seu programa de atividade para o presente ano pastoral 2013/2014.
Assim, para além de incentivar os catequistas algarvios a participar, de 4 a 6 deste mês, nas Jornadas Nacionais de Educação Cristã, em Fátima, o Sector Diocesano da Catequese da Infância e Adolescência (SDCIA) realiza em Loulé, nos dias 12 e 13 e 26 e 27 deste mês, um curso de iniciação para catequistas.
O SDCIA promove ainda, de 25 deste mês a 21 de fevereiro, a realização do segundo ano do Curso Geral para catequistas que terá lugar em Faro.
Aquele serviço da Diocese do Algarve realizará ainda o Dia Diocesano do Catequista, no dia 15 de Janeiro, em Portimão, um Retiro Diocesano de Catequistas, nos dias 15 e 16 de março, na Casa de Retiros de São Lourenço do Palmeiral (freguesia de Pêra) e uma peregrinação, a local a anunciar, no dia 5 de julho.