O Secretariado da Pastoral Escolar da Diocese do Algarve lançou no início do ano letivo uma campanha de recolha de alimentos, material escolar e outros bens para apoiar famílias que precisam de ajuda.
A ideia surgiu a partir de uma iniciativa com o mesmo objetivo que foi feita no agrupamento de escolas D. Manuel I, em Tavira, no anterior ano letivo, durante o confinamento. O professor de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) da Escola EB 2,3 achou interessante a ação concebida por uma colega de outra disciplina e acabou por replicá-la como “Clube de Solidariedade” na Escola EB 2,3 João da Rosa, em Olhão, onde também lecionava.
A iniciativa de solidariedade foi depois sugerida, no início deste ano letivo, pelo Secretariado da Pastoral Escolar da diocese algarvia a todos os professores de EMRC a lecionar na região como forma de responder à nota pastoral do bispo do Algarve, de agosto passado, no âmbito da resposta à crise provocada pela pandemia.
A diretora do Secretariado Diocesano da Pastoral Escolar contou ao Folha do Domingo que em Tavira, durante o confinamento, “os alunos levavam as fichas de trabalho aos colegas que não tinham internet” e que “também terá sido recolhida comida que depois se distribuiu às famílias com maior necessidade”. Patrícia Mendonça explicou que houve várias escolas no Algarve que, por iniciativa das direções, recolheram alimentos que depois foram distribuídos pelas famílias a precisar de ajuda.
“Quando lancei o ‘Clube de Solidariedade’, a ideia era dar continuidade para não se perder essa prática, apesar de os alunos estarem já na escola a ter aulas”, acrescentou, lembrando que “há famílias que continuam desempregadas e a precisar e a ideia é manter a recolha e a entrega de alimentos e de outros bens a essas famílias”.
Aquela responsável explica ainda que os 27 professores a lecionar este ano a disciplina EMRC no Algarve têm autonomia “para poder desenvolver a campanha da maneira que entenderem”, tendo em conta a realidade local que encontram.
A iniciativa solidária, que entretanto passou a designar-se “Colega a Colega”, inspirou mesmo a Cáritas Diocesana do Algarve a desenvolver três campanhas semelhantes, apoiadas por uma linha de financiamento no valor de 50 mil euros.