Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

A Semana de Oração pelas Vocações foi assinalada na Diocese do Algarve com uma vigília inserida no Dia Diocesano do Acólito em Lagoa que foi promovida pelo Secretariado Diocesano da Pastoral Vocacional, em colaboração com o Centro Diocesano de Acólitos.

A vigília de oração, que se realizou na passada sexta-feira à noite, teve início na igreja da Misericórdia com exposição do Santíssimo Sacramento, prosseguiu com a procissão eucarística e terminou na igreja matriz.

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Na celebração, o diretor do Secretariado Diocesano da Pastoral Vocacional partilhou com os acólitos presentes, na sua maioria jovens, o meio para descobrirem a vocação. “O segredo fundamental para descobrirmos a nossa vocação – não aquela que nós achamos que é a nossa, mas aquela que Deus tem para nós – é colocarmo-nos à escuta”, considerou o padre António de Freitas, acrescentando que o processo de discernimento vocacional passa por “escutar, discernir e viver”, os verbos propostos nesta 55.ª Semana de Oração pelas Vocações que teve precisamente como tema ‘Escutar, discernir, viver a chamada do Senhor’. “Nós não podemos discernir nem viver com alegria se antes não escutarmos aquilo que Deus tem para nos dizer”, assegurou.

Neste sentido, o sacerdote explicou que a escuta tem de ser feita através do silêncio. “Sem silêncio, sem encontro com Jesus, sem estarmos com Ele no silêncio do nosso coração, não é possível descobrirmos o projeto de Deus para cada um de nós”, observou, frisando que essa escuta permite “descobrir de verdade quem é Jesus”.

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“Procurai estar com Jesus no sacrário, na oração, na adoração”, pediu aos acólitos, lembrando-lhes que “ser acólito, antes de mais, é ser um escutador da palavra de Deus e um companheiro de Jesus” e que só por isso “têm sentido as tarefas” que lhe são confiadas. “Podemos ser exímios técnicos no turíbulo, mas se não estamos com Jesus no sacrário, se não lhe rezamos, se não o escutamos, o fumo do turíbulo não serve para coisa nenhuma”, advertiu, insistindo que a “preocupação pela técnica do acolitar” não deve ser prioritária, mas antes “o viver como um acólito, aquele que está sempre perto de Jesus Eucaristia”. “Só aquele que permanece com Jesus é capaz de amar de verdade Deus Pai e servir de modo entregue e dedicado a comunidade cristã onde está inserido”, alertou.

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A terminar, o padre António de Freitas deixou o desafio à vida consagrada. “Se Deus vos chama à vida consagrada que não haja medo e se houver medo o remédio é encontrarmo-nos com Jesus no sacrário. É aí que se perde o medo, que se superam os obstáculos e que se vencem as dúvidas. Não tenham medo de dar a vida por Jesus, de se entregar”, exortou.

Também o bispo do Algarve se referiu no dia seguinte à vigília àquela iniciativa que assinalou a Semana de Oração pelas Vocações. “De certa maneira, a diocese esteve toda presente ontem [sexta-feira] à noite. Estávamos em comunhão convosco para rezar ao Senhor da messe que mande trabalhadores para a sua Igreja e, concretamente, para a nossa Igreja diocesana”, disse D. Manuel Quintas no último sábado – véspera do 55º Dia Mundial de Oração pelas Vocações que a Igreja assinalou no passado domingo – na eucaristia do Dia Diocesano do Acólito na igreja matriz de Lagoa.

“Sentimo-nos todos corresponsáveis na oração para que o Senhor mande para a sua Igreja, para a nossa Igreja diocesana, vocações de consagração, vocações sacerdotais, missionárias, ao sacerdócio e ao diaconado permanente”, prosseguiu, lembrando que as vocações estão “todas elas enraizadas nesta vocação comum que é a vocação à santidade”. “Devemos também sentir-nos interpelados pelo apelo que o Senhor faz a fazermos da nossa vida um serviço aos outros, seja qual for a vocação que sigamos”, acrescentou, lembrando que “o chamamento à santidade é vocação de todos, não é privilégio de alguns”. “Todos, a partir do batismo, somos chamados a ser santos. E podemos ser santos nos diferentes caminhos, opções com as quais vivemos a nossa vida de batizados, de cristãos”, sustentou.

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Partindo do tema daquela semana que intitulou a mensagem do papa para o 55º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, o bispo diocesano destacou que a “primeira atitude” é “escutar” e a segunda “discernir”, lembrando que para esta última “Deus serve-se de mediadores”. “Todos, a partir do batismo, devemos sentir-nos corresponsáveis nesta mediação, para que quem é chamado perceba mesmo se é chamado. Corresponsáveis no discernimento e no apoio, na ajuda e no estímulo e no encorajamento”, concretizou.

Àqueles que se sentem interpelados, o prelado avisou que “não vale chegar-se para o lado”. “Não vale dizer: «isso não é para mim, isso deve ser para outro»”, afirmou, lembrando que “só é feliz quem segue o seu caminho, fazendo felizes os outros”, rejeitando “uma vida centrada sobre si mesmo”.

A terminar, D. Manuel Quintas pediu aos jovens presentes que se deixem interpelar vocacionalmente. “Deixai-vos interpelar para que se o Senhor, chamando-vos ao serviço como acólitos do altar e da eucaristia, não vos chamará também ao serviço de serdes pastores, consagrados e consagradas, missionários ou missionárias”, exortou.

A Igreja Católica em Portugal viveu de 15 a 22 deste mês a Semana de Oração pelas Vocações, este ano com propostas da Diocese de Bragança-Miranda, incluindo um vídeo com jovens. O guião nacional para iniciativa incluiu a mensagem do papa Francisco, uma proposta de rosário vocacional e Lectio Divina, uma vigília de oração e catequeses para crianças e para jovens.

Mais fotos da vigília nesta fotogaleria:

Dia Diocesano do Acólito 2018