O Seminário da Diocese do Algarve voltou a promover este ano, de 24 de junho a 1 de julho, uma semana de férias missionárias para seminaristas e formadores.
A iniciativa decorreu na paróquia de Santa Catarina da Fonte do Bispo e contou com a participação do reitor e do prefeito da instituição, os padres António de Freitas e Vasco Figueirinha, respetivamente, e pelos cinco seminaristas da diocese: Bruno Valente (ano propedêutico, Seminário de Caparide, Lisboa) e Getúlio Bica, Samuel Camacho, Fábio Pedro e António de Almeida (Seminário Maior de Évora).
Ao Folha do Domingo, o reitor do Seminário de São José explica que a opção era privilegiar uma das paróquias do interior algarvio, “que muitas vezes ficam esquecidas”, porque a atividade teve como objetivo proporcionar aos seminaristas o contacto com “realidades de periferia”. O padre António de Freitas conta que a paróquia escolhida, “embora do interior, revela muito dinamismo” e que o trabalho do Seminário “não passou por fazer muitas coisas”, mas, sobretudo, por “estar presente, escutar histórias de vida, acolher a partilha das necessidades e das vivências comunitárias, bem como dos anseios e projetos” das pessoas.
O sacerdote explica que a opção de realizar a missão numa só paróquia teve a ver com a finalidade de entrar verdadeiramente na sua realidade, procurando “conhecê-la um pouco e servi-la com uma presença contante”. “Se escolhêssemos mais do que uma comunidade paroquial, poderíamos passar os dias a correr de um lado para o outro, passar pelas comunidades, mas não estar de facto com elas e para elas”, sustenta.
Destacando particularmente o acolhimento que receberam, manifestado na “recetividade das pessoas”, na “generosidade na partilha de bens”, na “alegria” de quantos receberam as suas visitas e no convite a que ficassem mais tempo, os missionários consideram a “missão porta-a-porta” das atividades mais importantes que puderam realizar. “Tem tanto de evangélico e de desafiante como de intimidante, pois não estamos habituados a fazê-lo. No entanto, foi uma experiência que, entre acolhimentos e negações, nos fez perceber o quão é importante sair, ir ao encontro de cada um e levar o evangelho à casa das pessoas. Muitas pediram ou aceitaram que rezássemos nas suas casas, pelas suas famílias e partilharam as suas histórias de vida e de fé”, testemunha o reitor.
Segundo a avaliação diária que faziam respeitante às ações pastorais, comunitárias e às relações entre si próprios, o padre António de Freitas destaca também entre as iniciativas mais marcantes as visitas a idosos, doentes e pessoas que vivem sozinhas. “Numa zona do Algarve onde estas pessoas são a maior fatia da população, percebe-se que ser Igreja e evangelizar não é uma questão de fazer muitas coisas, mas de estar ao lado das pessoas para simplesmente escutar”, observa, realçando que o importante é “ser e estar, mais do que fazer”.
Aquele responsável destaca ainda na missão o acompanhamento dos párocos daquela paróquia, os padres António Farias Antunes e Duarte Costa, que os ajudaram a “estar inseridos no seio da vida daquelas gentes”. “Não podemos deixar de destacar o testemunho missionário dos padres espiritanos que nos enriqueceram com as suas vidas e nos ajudaram a perceber como evangelizar e ser anúncio de Cristo é, muitas vezes, ir somente com a vida que temos, com o Evangelho, sem esquemas pré-definidos e inserir-se na vida das gentes, amando-as como elas são”, observa.
Para além da participação nas eucaristias da comunidade, seminaristas e formadores encontraram-se com os catequistas e catequizandos, casais e famílias, acólitos, grupo de jovens, visitaram o lar e centro de dia, o infantário e creche, o lagar de azeite e uma empresa cerâmica, o Centro de Reabilitação da Cruz Vermelha, promoveram uma celebração mariana e participaram numa atividade com o Agrupamento do Corpo Nacional de Escutas e na Lectio Divina, entre outras iniciativas.
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