A criação da força operacional conjunta mereceu críticas da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP) e do Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais (SNBP), mas Macário Correia garantiu que está a cumprir a lei.
"Respondo às críticas com a lei. A lei diz que não há corpos voluntários, nem municipais, há corpos de bombeiros detidos por entidades com regimes jurídicos diferentes, diz que o comandante operacional municipal tem que ter experiência de comando efectivo num determinado número de ano e tem que ser licenciado. Entre os elementos que exerciam funções de comando nas duas corporações de Faro (voluntários e municipais) o único que preenchia estes requisitos era o comandante Aníbal Silveira", disse.
O presidente da autarquia respondeu assim à estranheza manifestada pela ANPB e a SNBP pela nomeação de Aníbal Silveira para desempenhar o cargo de comandante operacional municipal e explicou o que vai mudar a partir de hoje.
"Vamos passar a ter uma articulação operacional das duas corporações com um comando único, passará haver uma sala de comunicação única, as viaturas passam a ter uma gestão conjunta e passará a existir uma articulação operacional no dia-a-dia para qualquer ocorrência", disse o autarca.
Macário Correia lembrou que antes havia uma situação de "duplicação de meios com alguma dificuldade operacional, com custos acrescidos e com prejuízo para o erário público e população em geral".
"A partir de agora temos tudo articulado com um exemplo inovador que a lei desde há dois anos permite e que seguramente irá ser seguido por outros municípios do país", sublinhou.
O autarca adiantou que a nova força fará planeamento e planos de protecção civil especiais para questões como o aeroporto de Faro, "que é o segundo do país", e operações de combustíveis, que têm mecanismos especiais de prevenção e segurança.
Macário Correia criticou o executivo anterior liderado pelo socialista José Apolinário porque "a Câmara de Faro ter sido contactada desde há um ano para regularizar a situação dos bombeiros municipais que estavam em situação irregular e nada foi feito".
"É um acto da nossa responsabilidade, da nossa boa consciência fazer aquilo que a lei determina e que a Autoridade Nacional de Protecção Civil aconselha. Faro não o fez até aqui, mas hoje fê-lo", afirmou.
Macário disse igualmente estar convencido que a junção dos dois corpos de bombeiros irá trazer poupanças para a autarquia, afirmando não ter "a mais pequena dúvida de que a razão está certa".
"Não fazemos apenas por razões de economia em euros, mas também por economia de meios, desgaste de material, duplicação de funções e coordenação prática dos bombeiros do concelho de Faro", acrescentou.
Disse também que "há todo um com junto de ganhos morais, funcionamento e representação que passarão a ter outra eficácia".
A cerimónia de tomada de posse foi seguida de um desfile apeada de veículos da nova força operacional conjunta municipal e por um almoço na sede da nova força (antigos bombeiros municipais), no qual não estiveram presentes os bombeiros profissionais que pertenciam ao corpo adstrito à autarquia.
Estes bombeiros almoçaram num restaurante de Faro, juntamente com a ANBP e o SNBP, em protesto pela forma como o processo foi conduzido por Macário Correia.
O autarca adiantou que a nomeação de Aníbal Silveira é por um ano, altura em que será lançado um concurso público para ocupar o cargo, como a lei determina.
O até aqui comandante dos bombeiros municipais vai desempenhar as funções de segundo comandante.
Comandante operacional municipal de Faro diz que junção vai aproximar o socorro da prática europeia
Aníbal Silveira, considerou que a junção dos dois corpos da cidade, voluntários e municipais, vai aproximar o socorro da prática europeia.
"O presidente da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP) disse que todo a Europa joga com forças conjuntas de profissionais e voluntários e penso que era essencial dar o pontapé de saída nesta matéria", afirmou Aníbal Silveira, na sua tomada de posse.
Sublinhou que hoje "existe um único corpo de bombeiros" em vez dos anteriores dois corpos mistos, com voluntários e profissionais, e essa nova unidade "tem uma hierarquia para cumprir e será cumprida".
"Quem sai beneficiado são os cidadãos e o socorro no concelho, neste caso, ou no distrito, se a ANPC achar por bem accionar os meios de facto", afirmou.
Aníbal Silveira desvalorizou as críticas do presidente da ANBP e do SNBP, Fernando Curto, que questionou a sua nomeação para Comandante operacional municipal.
Para o novo comandante, as críticas são importantes se forem construtivas.
"Penso que deve haver vozes reivindicativas pela positiva. Estamos a fazer uma construção de uma força conjunta e acho que as críticas positivas são construtivas", disse.
Silveira reconheceu que houve quem criticasse a junção dos dois corpos de bombeiros, mas os autores destas críticas "é que terão de dizer o que falhou".
"O que quero é que o socorro seja eficiente e eficaz para a população", sustentou.