Fonte ligada à família McCann disse à agência Lusa que o veredito poderá ser conhecido hoje, ou seja, a juíza Gabriela Cunha Rodrigues deverá comunicar se mantém a decisão de retirar do mercado o livro do ex-inspetor da Polícia Judiciária (PJ) Gonçalo Amaral ou se revoga a proibição, decretada a 09 de setembro de 2009.

A audiência está marcada para as 9:30, na 7.ª Vara do Tribunal Cível de Lisboa, e após a sessão a advogada do casal britânico, Isabel Duarte, vai ler uma declaração de Kate e Gerry McCann, que, na sexta feira, em Londres, promovem uma conferência de imprensa, segundo a mesma fonte.

Os pais de Madeleine McCann, desaparecida em 03 de maio de 2007 na Praia da Luz, no Algarve, alegam que o livro e o vídeo comercializado após um documentário exibido na TVI divulgam a tese de Gonçalo Amaral, que consideram insustentável, de que os dois estão envolvidos no desaparecimento da filha.

Por isso, através de requerimento apresentado pela advogada Isabel Duarte, o casal britânico pediu ao tribunal a retirada do mercado, embora com caráter provisório, do livro e do vídeo.

A este processo, em que além de Gonçalo Amaral são visadas a editora Guerra & Paz, a produtora Valentim de Carvalho e a TVI, está anexa a ação principal, em que a família McCann reclama proteção de direitos, liberdades e garantias.

A correr trâmites encontra-se também outra ação contra Gonçalo Amaral, com a acusação de declarações consideradas difamatórias, na qual o casal britânico pede uma indemnização de, pelo menos, 1,2 milhões de euros.

Associada a este processo, foi pedida ao tribunal uma medida cautelar de arresto de bens, ainda não concretizado e a aguardar cumprimento de diligências por parte do tribunal.

O livro "Maddie – A Verdade da Mentira", o mesmo título do documentário exibido na TVI, foi publicado em 2008 e lança a suspeita de que os pais da criança terão participado na ocultação do cadáver e simulado rapto.

Na qualidade de coordenador do Departamento de Investigação Criminal da PJ de Portimão, Gonçalo Amaral integrou a equipa de investigadores que tentou apurar o que aconteceu a Madeleine McCann.

Kate e Gerry McCann, que sempre reivindicaram que Madeleine foi raptada, foram constituídos arguidos em setembro de 2007, mas foram ilibados em julho de 2008 por falta de provas para sustentar a hipótese avançada pelo inquérito de alegada morte acidental da menina.

O Ministério Público acabou por arquivar o processo, que poderá ser reaberto se surgirem novos dados sobre o desaparecimento da criança.

Lusa