Naqueles distantes e saudosos tempos, nos finais dos anos 40 e início da década de 50 do século XX eram muito frequentes as relações entre o Seminário Diocesano de São José e o Corpo Nacional de Escutas.
A proximidade das duas instituições da Igreja Católica, para além de um pensamento religioso comum, facilitava tal vivência, partilhada animadamente pelos seminaristas, então em algumas dezenas e pelos escutas do Grupo 157 (Nuno Álvares Pereira) e lobitos da Alcateia São Luís de Gonzaga. Tal ocorria inclusive nas férias escolares dos seminaristas algarvios que estudavam em Almada ou nos Olivais e havia intervenção na cultura, no desporto, nas celebrações eclesiásticas ou em atos de pendor recreativo.
Mas era no futebol que o Seminário se impunha de forma imparável, tal como no popular «pingue – pongue» (ténis de mesa). Alguns dos intervenientes ainda se encontram entre nós, caso do Reverendo Padre e Musicólogo Dr. David Sequeira que, com a «bola de celuloide» era um senhor jogador. Mas no futebol o Seminário dispunha então de um forte sector defensivo. Jogava-se então no sistema (3X3X5 – três defesas, três médios e cinco avançados) e os seminaristas algarvios eram conhecidos pela sua agigantada estatura das «Torres das Salésias», nome atribuído então à defensiva do Clube de Futebol «Os Belenenses», de que era central, o internacional Feliciano.
Esta equipa da zona de Belém tinha como Estádio e predecessor do Restelo, as Salésias, E quem eram as «Torres das Salésias» do Seminário de São José? Recordamos, com evidente saudade e amizade dessa grande figura da Igreja Algarvia e que foi Capelão Chefe das Forças Armadas, a viver atualmente em Portimão onde, não obstante a sua proveta idade prossegue a sua missão eclesiástica na Paróquia de Nossa Senhora da Conceição.
Ladeavam-no no terreno de jogos, normalmente os Campos do Monte Negro, da Senhora da Saúde ou o Recreio do Seminário, o Doutor Elias Irio, que durante muitos anos exerceu o professorado na Escola Secundária de Silves e grande interventor na vida cultural algarvia, especialmente nas lembradas atividades do Racal Clube e o Madeira, de quem deixámos de ter qualquer referência. Tempos idos que testemunharam uma forte e fraterna vivência cristã entre escuteiros católicos e seminaristas…