Vindo de Roma, o superior geral da Companhia de Jesus (jesuítas) visitou no último sábado à tarde a comunidade jesuíta algarvia, bem como duas das paróquias que lhes estão confiadas.
Pela primeira vez em Portugal para uma visita que se prolonga até dia 8 deste mês para conhecer as comunidades jesuítas e as obras apostólicas que integram a missão da Província Portuguesa da Companhia de Jesus, o padre Arturo Sosa começou por visitar a ‘Aldeia de São José de Alcalar’, obra social da paróquia da Mexilhoeira Grande que acolhe cerca de 135 idosos e 150 crianças.
Na sessão de receção ao superior geral dos jesuítas, Teresa Rochate disse tratar-se de uma “obra inspirada no Evangelho”. “Nela os pobres estão sempre em primeiro lugar, obtendo a resposta que a sociedade civil não lhes assegura. A ‘Aldeia de São José’ constituiu o orgulho da paróquia, da freguesia, da Igreja do Algarve e da Companhia de Jesus”, afirmou aquela paroquiana e antiga funcionária do Centro Paroquial da Mexilhoeira Grande que conta com 80 funcionários e voluntários.
Ao padre Arturo Sosa manifestou a alegria pela sua visita. “Congratulamo-nos com a sua prezada visita que acreditamos ser inspiradora para aprofundarmos todos a relação com as bem-aventuranças”, afirmou.
O sacerdote venezuelano disse que aquela obra “é possível porque nasce e se mantém por solidariedade” e considerou que se percebe do testemunho dos funcionários, que fez questão de ouvir, ser “um trabalho que produz felicidade”.
Guiado pelo padre Domingos da Costa, pároco da Mexilhoeira Grande, pôde entrar nas casas de alguns utentes, um deles com 104 anos, e conviver um pouco com eles.
Mais tarde, seguiu para a paróquia de Nossa Senhora do Amparo de Portimão, onde presidiu à celebração da Eucaristia. Na homilia da missa em que se fez memória de São Francisco Xavier, o padre Arturo Sosa lembrou ter sido “um dos fundadores da Companhia de Jesus juntamente com frei Inácio [de Loyola] e outros”.
O superior geral dos jesuítas disse que a Companhia de Jesus, como parte da Igreja Católica, tem como “única razão de ser” “pregar o Senhor” e “fazê-lo presente em cada momento da história”. “E para pregar o Senhor há que experimentá-lo, há que deixar-se tomar por Ele, enamorar-se d’Ele porque é desse enamoramento que sai essa valentia e essa capacidade de percorrer qualquer caminho com o objetivo de fazer com que o Senhor esteja presente neste mundo e nesta história”, acrescentou.
“Temos diante de nós essa grande oportunidade. O mundo de hoje necessita, como sempre, dessa presença do testemunho do Senhor. É a este mundo que o Senhor nos envia como Ele foi enviado para o salvar”, prosseguiu, acrescentando: “que este caminho do Advento até ao Natal seja uma profunda experiência do Senhor e que essa experiência nos converta em suas testemunhas que não quererem outra coisa que não seja fazê-lo presente nesta história, nesta situação, neste país, nesta paróquia”.
O superior provincial dos jesuítas, que acompanhou a visita agradeceu àquelas paróquias pela forma como acolhem a comunidade daqueles sacerdotes constituída, para além do padre Domingos da Costa, pelos padres Nuno Tovar de Lemos, Gonçalo Machado e Rui Fernandes. “Agradeço ao padre geral estar aqui connosco. Também é um símbolo da unidade e da universalidade da Igreja. A vinda do padre geral a esta comunidade não é só uma visitazinha. É também um símbolo de que estamos todos juntos no mundo”, afirmou o padre Miguel Almeida.
O padre Arturo Sosa veio acompanhado dos padres Cipriano Diaz, padre assistente, e Vivian Richard, do Gabinete de Comunicação da Cúria Geral.
Após a celebração, marcada também pelo quinto aniversário do agrupamento paroquial do Corpo Nacional de Escutas, o sacerdote participou num jantar partilhado no Centro Social com os paroquianos.