O processo para classificar o antigo Convento de São Francisco, na cidade de Tavira, como bem de interesse cultural foi aberto, depois de no passado dia 23 de dezembro ter sido publicado em Diário da República o anúncio.

Este pedido de classificação do antigo Convento de São Francisco inclui também “o cemitério e atual jardim público e o património integrado, na Praça de Zacarias Guerreiro e na Rua 9 de Maio”, situado na União das Freguesias de Tavira (Santa Maria e Santiago), no concelho de Tavira, de acordo com o anúncio de abertura do procedimento.

O anúncio, assinado pelo subdiretor-geral do Património Cultural, João Carlos dos Santos, salienta que a proposta de classificação partiu da Direção Regional de Cultura do Algarve.

O anúncio refere também que, com a abertura do procedimento, “os bens em causa estão em vias de classificação, de acordo com o n.º 5 do artigo 25.º da Lei n.º 107/2001, de 08 de setembro”, onde está previsto que “um bem considera-se em vias de classificação a partir da notificação ou publicação do ato que determine a abertura do respetivo procedimento”, num “prazo máximo de 60 dias úteis após a entrada do respetivo pedido”.

Este mecanismo permite a criação de uma zona geral de proteção numa área de “50 metros contados a partir dos seus limites externos”, onde qualquer intervenção fica sujeita análise e parecer das entidades competentes.

Os interessados em consultar o processo podem fazê-lo através das páginas da Internet da Direção-Geral do Património Cultural (www.patrimoniocultural.gov.pt), da Direção Regional de Cultura do Algarve (www.cultalg.pt) e da Câmara Municipal de Tavira.

O convento de São Francisco foi “fundado pelos franciscanos entre 1250 e 1330, fora da cerca muralhada” de Tavira, e “foi um dos mais preeminentes edifícios do Algarve medieval”, no qual “a igreja conventual adotou uma planta longitudinal de cruz latina, orientada a nascente”, pode ler-se na informação disponibilizada pela Câmara de Tavira sobre o monumento.

“Ao longo dos séculos o convento recebeu várias renovações e reconstruções, sendo também assolado por diversas catástrofes, nomeadamente, dois terramotos (1722 e 1755), uma derrocada (1840) e um terrível incêndio (1881). Assim, a igreja que chegou aos nossos dias é um edifício complexo com várias intervenções ao longo da sua história, tendo hoje um traçado distinto do original fruto das reconstruções oitocentistas”, refere ainda o município na sua página da Internet.

O mesmo texto acrescenta que, apesar destas alterações ao longo dos tempos, ainda “resistiram a estas vicissitudes algumas parcelas do edifício medieval refletindo a influência da arte da Batalha (século XV), se bem que estas se apresentem estrutural ou funcionalmente alteradas”.

“Da antiga cabeceira conserva-se uma antiga capela colateral, atual sacristia, com uma elevada abóbada gótica de belo traçado e um janelão em arco quebrado. Também no jardim municipal anexo à igreja conservam-se duas antigas capelas laterais, góticas, que se alinhavam à nave do templo”, segundo a autarquia.