A principal associação hoteleira algarvia anunciou hoje que pediu ao Governo a “suspensão temporária e imediata” das obras de requalificação da Estrada Nacional 125 (EN125) para não dificultar o tráfego no período de maior afluxo turístico à região.
“Pedimos ao Governo uma suspensão temporária e imediata das obras de requalificação da EN125, sobretudo daquelas que têm lugar na via e de alguma forma contribuem para dificultar o tráfego nestes períodos de maior procura da região”, afirmou à agência Lusa o presidente da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), Elidérico Viegas.
O representante sublinhou que o Algarve é visitado por mais de quatro milhões de turistas entre maio e outubro e considerou “insuficiente” a paragem das obras nos meses de julho e agosto, anunciada pelo Governo.
A medida do executivo aumenta em 15 dias o período de paragem inicialmente previsto, que abrangia a última quinzena de julho e todo o mês de agosto.
A AHETA defende a necessidade de as obras “se realizarem nos períodos de menor tráfego, ou seja, entre os meses de novembro e março”, e assim “minorar os prejuízos resultantes dos inconvenientes causados pela morosidade dos trabalhos”, que estão, segundo Elidérico Viegas, “atrasados”.
“Por outro lado, as obras não podem continuar a decorrer, simultaneamente, entre as 08:00 e as 18:00 em vários troços, obrigando o trânsito a circular alternadamente, gerando filas enormes nos dois sentidos, para depois serem interrompidas entre as 19:00 e as 08:00 do dia seguinte, quando o movimento é bastante mais reduzido”, apontou a associação.
A AHETA considera que há “falta de planeamento” na realização dos trabalhos e que estão a ser criados “constrangimentos ao tráfego nas zonas urbanas, com dificuldades para o acesso de veículos de emergência”.
Elidérico Viegas lamenta que a forma como os trabalhos estão a ser executados esteja a criar dificuldades na circulação e “situações de descontentamento generalizado entre todos aqueles que visitam” a região.
“O caso de Boliqueime é paradigmático. Numa extensão bastante grande, a via foi substancialmente reduzida, não cabendo uma única viatura. Não há baias para transportes públicos, foi criado um separador central que impede que, no caso de acidente ou outra urgência, possa circular qualquer veículo [de socorro]. É uma coisa que não tem qualquer lógica, nem faz qualquer sentido”, exemplificou.
A AHETA considera que tem, assim, argumentos suficientes para pedir ao Governo a “suspensão temporária e imediata das obras” até ao fim de outubro, permitindo que o maior período de afluxo turístico decorra sem constrangimentos para o tráfego rodoviário na EN125.