Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O bispo do Algarve enviou ontem os participantes algarvios à Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que vai decorrer de 23 a 27 deste mês no Panamá, com o papa Francisco.

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Na eucaristia a que presidiu na Sé de Silves, onde teve lugar a bênção dos participantes na JMJ, D. Manuel Quintas disse-lhes que a Diocese do Algarve lhes está grata “por se disponibilizarem” e “por se fazerem peregrinos também como o papa Francisco”.

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A diocese algarvia será representada no encontro mundial de jovens com o papa por 28 participantes, dos quais três jovens sacerdotes – os padres Nelson Rodrigues, assistente do Setor Diocesano da Pastoral Juvenil (SDPJ), Tiago Veríssimo, membro da equipa do SDPJ e pároco de Monchique, e Adelino Ferreira, pároco de Vila Real de Santo António –, um jovem casal da paróquia das Ferreiras e 23 outros jovens oriundos das paróquias de Silves (9), Paderne (4), Quarteira (3), São Pedro de Faro (2), Ferreiras (1), Portimão (1), Tavira (1), Loulé (1) e Olhão (1). Não se confirma a participação inicialmente prevista como voluntários de dois elementos da paróquia da Conceição de Faro que, por motivos pessoais, tiveram de desistir.

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Na celebração de ontem estiveram presentes 25 elementos que sairão no próximo dia 19 deste mês, às 3h30m, da igreja das Ferreiras rumo ao aeroporto de Lisboa (onde se encontrarão com os dois algarvios que irão diretamente para o aeroporto da capital) para embarcarem no voo que os levará a fazer escala em Newark (EUA), antes de chegarem ao Panamá. No dia 30, o regresso será também feito via Newark, mas passarão ainda por Munique antes de fazer escala em Lisboa de volta ao Algarve.

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“Pedimos a sua bênção para que a nossa participação nas próximas JMJ nos ajude a instigar mais a nossa adesão a Cristo, de modo a iluminarmos as nossas opções e a nossa vida com os valores do evangelho e a damos um testemunho entusiasta e alegre da nossa fé”, pediram os jovens pela voz da coordenadora do SDPJ, Vânia dos Santos.

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D. Manuel Quintas disse ser “motivo de alegria e satisfação” o grupo da Diocese do Algarve ser o “mais numeroso” das dioceses portuguesas. “Não há outra diocese que tenha um grupo tão numeroso como o nosso. Isso não é para nos orgulharmos, mas é para nos sentirmos honrados com a generosidade e disponibilidade destes jovens e também com aqueles que os animam, desde os responsáveis diocesanos até aos párocos”, sustentou, agradecendo ao padre Nelson Rodrigues pela “dinamização como assistente da Pastoral Juvenil diocesana”. “Naturalmente, esta gratidão estende-se a todo o grupo que está à frente da juventude na nossa Igreja diocesana”, completou.

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O prelado lembrou que os jovens algarvios, “à semelhança dos Magos, vão ao encontro de outros jovens vindos de todo o mundo”. “E vão encontrar-se, sobretudo, com quem? Com a pessoa de Cristo”, destacou, lembrando que “é Ele que, verdadeiramente, motiva e mobiliza para a celebração destas jornadas, este ano apoiadas também em Nossa Senhora”. “É nela que o papa se inspira para a celebração destas jornadas”, acrescentou na eucaristia em que administrou também o sacramento do Crisma a 22 crismados, jovens e adultos.

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E o bispo do Algarve lembrou que “os Magos deixaram-se conduzir por uma estrela”. “Essa estrela é como se fosse o seu GPS. Qual é o nosso «GPS» hoje? O que é que hoje nos conduz verdadeiramente ao encontro com Cristo?”, questionou. “Certamente todo o percurso que já fizestes e que ides fazer daqui para a frente, particularmente nos dias das jornadas, é um verdadeiro «GPS» de encontro com Cristo, pela partilha, pela alegria, pelo entusiasmo, pela diversidade de línguas. E tudo isto depois também com a presença do papa Francisco, a mensagem que ele vai transmitir, são tudo «GPS’s» que vos conduzem a Cristo”, prosseguiu o prelado que entregou a todos uma cruz.

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D. Manuel Quintas lembrou-lhes ainda a importância da escuta da palavra de Deus. “É pela palavra que chegamos a Cristo. Ignorar a palavra é ignorar a pessoa de Cristo. Mas olhai que não podemos esquecer o «GPS» essencial que é a pessoa do irmão, do pobre, do necessitado. Esse é seguramente o caminho mais curto, mais rápido e mais certeiro que nos conduz à pessoa de Cristo”, acrescentou, lembrando que a participação naquele que é o maior evento de juventude do mundo lhes dará a “oportunidade de fortalecer” a fé.

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Recordando-lhes que irão “representar a Diocese do Algarve no Panamá”, apelou não só ao comportamento como pediu para levarem algo que os “identifique e enriqueça”.

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O bispo diocesano deixou-lhe ainda um apelo. “Gostava muito que no regresso, cada um de vós, combinando com os vossos párocos, desseis um testemunho à vossa paróquia porque, certamente, vos sentis enviados não apenas da Diocese, através do bispo, mas também através do vosso pároco e das vossas paróquias. E sei que faz muito bem às comunidades escutar a vossa experiência, o vosso testemunho”, afirmou.

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D. Manuel Quintas disse ainda esperar que os participantes “tragam uma boa notícia”. “Espero que todos tenhamos uma boa notícia vinda do Panamá para os jovens não apenas do Algarve, mas da Igreja em Portugal. Sabeis bem ao que me refiro. Que bom que seria que isso se concretizasse (apesar do percalço), porque seria muito bom para a nossa diocese e para a Igreja em Portugal prepararmos de maneira diferente as próximas JMJ. Vamos rezar por isso”, afirmou, referindo-se, embora não diretamente, à possibilidade aventada no passado dia 1 de dezembro pelo blogue ‘Regionline’ de a próxima JMJ se realizar em Portugal.

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A bênção de ontem realizou-se como culminar da preparação dos jovens, composta pelas catequeses propostas pela organização e pelo aprofundamento da mensagem do papa, iniciada no dia 5 de outubro passado que prosseguiu no dia 10 do mês seguinte e terminou no último sábado. Os participantes na JMJ reuniram-se nas instalações da igreja do Poço Barreto, no concelho de Silves, onde ficaram alojados para um último encontro “mais prático”. “Fizemos a última catequese preparatória, mas essencialmente quisermos manter o espírito de grupo, criar uma espécie de identidade de grupo entre os algarvios”, explicou o padre Nelson Rodrigues ao Folha do Domingo.

O assistente do SDPJ adiantou ainda que, ao longo do fim-de-semana, “o momento mais alto a nível espiritual foi uma via-sacra que se realizou à noite pelo campo à volta da igreja do Poço Barreto onde tiveram a oportunidade de reviver um bocadinho os últimos momentos da vida de Cristo”.

O sacerdote explicou que o encontro incluiu também um “momento para esclarecimento de todas as dúvidas” que pudessem haver sobre questões logísticas relacionadas com a JMJ.

A Igreja algarvia tem marcado presença ao longo da história das JMJ. Participou na primeira em 1985 em Roma com dois autocarros com cerca de cem participantes e voltou a participar em 1989, em Santiago de Compostela, com 50 jovens. A presença algarvia repetiu-se em Paris (1997) com 150 elementos, em Roma (2000) com 400 elementos, em Colónia (2005) com 113 elementos, em Sidney (2008) com 13 elementos, em Madrid (2011) com 232 elementos, no Rio de Janeiro (2013) com 39 elementos e em Cracóvia (2016) com 104 elementos.