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© Samuel Mendonça

O Dia Diocesano do Catequista, promovido pela Igreja do Algarve no último sábado, evidenciou que aquela missão é não é um trabalho, mas uma vocação que deve ser vivida no amor e exige o testemunho permanente da fé.

Isso mesmo o afirmou, não só o padre António de Freitas na reflexão que apresentou, mas também o bispo do Algarve naquela iniciativa subordinada ao tema “Vede como eles se amam” que teve lugar no salão paroquial da paróquia matriz de Portimão e que contou com 160 participantes de todo o Algarve. “O amor é aquilo que confirma o que somos, o que celebramos e transmitimos. A verdade do que somos passa pelo amor. O modo como somos catequistas passa por esta dimensão”, afirmou D. Manuel Quintas, lembrando as conclusões do Congresso Internacional de Catequese realizado em setembro passado, em Roma.

“Ser catequista é uma vocação, não é um trabalho. Toda a vocação converge para uma missão e essa missão organiza-se através de um serviço, não de um trabalho. Ser catequista é fruto de um chamamento. Uma vocação que exige testemunhar, permanentemente, a fé”, complementou o prelado, lembrando que “os catequistas são uns semeadores por excelência”.

O bispo diocesano explicou que “o catequista deve repartir com os outros, Cristo” e por isso “deve ter uma grande familiaridade com Ele”. “Esta familiaridade com Cristo é essencial e fundamental para realizar plenamente esta vocação de ser catequista e a missão que lhe está entregue”, sustentou.

D. Manuel Quintas destacou ainda a “dimensão missionária da catequese”. “O facto de celebrarmos o dia do catequista neste hoje [25 de janeiro, dia da conversão de São Paulo], deve acentuar esta dimensão”, afirmou, defendendo ser preciso “sair de dentro das quatro paredes” da igrejas e “ir para fora”.

D. Manuel Quintas lamentou ainda a pouca adesão dos catequistas algarvios àquela iniciativa. “Ao ver-vos aqui estou a pensar nos cerca de 1.200 catequistas que há na diocese e nas mais de 10.000 crianças que frequentam a nossa catequese. Não vamos lamentar-nos exageradamente, até porque sabemos que, mesmo olhando para as nossas fragilidades, é verdadeiramente o Espírito de Deus que age através de nós”, referiu, congratulando-se e agradecendo a colaboração dos catequistas. “É um serviço imprescindível. Sentimos a obrigação de manifestar essa gratidão a cada um de vós”, disse. 

Também o padre Flávio Martins, diretor do Secretariado da Catequese da Diocese do Algarve, lamentou a fraca participação dos catequistas, pouco representativa da realidade diocesana. “É sempre triste que as ações da catequese sejam pouco participadas. São importantes as ações vicariais e paroquiais, mas também são importantes as diocesanas”, alertou.

O sacerdote destacou igualmente a importância do amor na vocação do catequista. “Se os primeiros a não viver o amor são os catequistas, será muito difícil que o evangelho encontre raízes para frutificar. Se não nos dispomos a viver o amor, então será mais difícil realizar a nossa missão porque ela passa acima de tudo, não pelas bonitas palavras ou dinâmicas que possamos preparar, mas pelo testemunho da nossa vida”, alertou, lembrando que as “divisões, discórdias, invejas e ciúmes” criam “dificuldades e descrédito” daquilo que é anunciado e vivido. “Não temos de ser só amigos, temos de ser irmãos de carne e de sangue”, advertiu aos catequistas, exortando-os a “aprender a viver em comunhão e partilha”.

Aquele responsável chamou ainda a atenção para as normas da diocese no que respeita à realização de etapas e celebração de sacramentos na catequese. “Devemos procurar saber qual a indicação da diocese. É preciso harmonizarmos a nossa vida pastoral porque estas pequeninas coisas, que não fazem a Igreja, são também, muitas vezes, motivo de descrédito do nosso testemunho e da nossa missão, manifestam a nossa desunião e a nossa falta de comunhão”, alertou.

Após o almoço, realizaram-se trabalhos de grupos por vigararias (circunscrições eclesiásticas das quais fazem parte várias paróquias) sobre diferentes passagens bíblicas atribuídas a cada grupo que foram apresentadas através de dinâmicas diversas, como cânticos, encenações ou cartazes.

O teve dia continuidade com a visualização do filme “Credo” sobre aquela oração central da fé, realizado pela Conferência Episcopal Italiana no contexto do Ano da Fé e da chamada Nova Evangelização e que foi apresentado nas Jornadas Nacionais de Catequistas que decorreram em Fátima em outubro passado como um ensaio cultural de aproximação às culturas juvenis, e terminou com a celebração da eucaristia na igreja da matriz de Portimão.