A preparação dos jovens algarvios para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em 2023, em Lisboa, tem vindo a ganhar, cada vez mais, ânimo com o número crescente de participantes nos encontros mensais.

Os encontros ‘Rumo ao 23’, que decorrem no dia 23 de cada mês em todas as dioceses portuguesas por desafio do Comité Organizador Local (COL) da JMJ, têm tido na do Algarve, cada vez mais, aderentes, não só porque a situação epidemiológica já é mais favorável a encontros de grupo, mas sobretudo porque começa a gerar-se, cada vez mais, interesse pelo evento junto da juventude.

Exemplo disso foi o encontro do dia 23 deste mês, realizado à noite na igreja de Almancil, com a participação de cerca de uma centena de jovens de vários pontos do Algarve que contou também com a presença do bispo da diocese. “Cada vez temos tido mais gente. Tem vindo a ser crescente o número de participação e só nos dá boas perspetivas. É um bom indicador”, referiu ao Folha do Domingo o delegado diocesano ao COL da JMJ.

João Costa considera que o balanço até agora é “muito positivo” porque, mesmo em pandemia, os jovens não se têm coibido de participar no encontro promovido em cada dia 23 pelo Comité Organizador Diocesano (COD) em colaboração com o Setor da Pastoral Juvenil da Diocese do Algarve. Aquele responsável do COD sublinha que “os dias 23 podem ser uma bela base para começar” um “trabalho crescente” que leve a uma participação algarvia histórica no encontro mundial da juventude com o Papa. “Porque não em 2023 levarmos 3.000 ou 4.000 jovens do Algarve à JMJ?”, concretiza, lembrando que “serão os jovens que vão chamar outros e pode ser que os dias 23 sejam essa oportunidade”.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Em Almancil, João Costa desafiou mesmo os participantes a trazerem convidados no próximo encontro. “Façam questão de trazer um amigo. Que os 100 que estamos aqui possamos ser 200. Não pelos números, mas pela diferença que Deus faz na vida”, pediu.

Estes encontros em cada dia 23 realizam-se com programação sempre diferente e alternadamente em cada uma das quatro vigararias que compõe a diocese algarvia, mas destinam-se a jovens de todo o Algarve e não apenas aos das paróquias que constituem a vigararia onde eles acontecem.

A iniciativa ‘Algarve Rumo ao 23’ teve início em janeiro deste ano e nos primeiros meses não contou com encontros presenciais devido à pandemia de Covid-19, mas incluiu apenas a divulgação ‘online’ de testemunhos em vídeo de participantes em anteriores edições da JMJ.

João Costa explica que o objetivo do COD é “que a JMJ não seja apenas um evento, mas um evento que marque uma geração e o início de uma caminhada diferente e que daqui a muitos anos se possa dizer que há muitos mais jovens na diocese a encontrarem-se com a pessoa de Cristo que tenham tido o seu momento de conversão na JMJ ou no seu contexto”. “A possibilidade de receber a JMJ é a possibilidade de Deus proporcionar um dom na vida de muita gente”, acrescenta o responsável do COD.

Os próximos encontros ‘Algarve Rumo ao 23’ decorrerão em outubro na paróquia da Luz de Tavira, em novembro em Lagos (com presença dos símbolos da JMJ) e em dezembro em formato ‘online’.

As JMJ nasceram por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.

Cada JMJ realiza-se, anualmente, a nível local (diocesano) no dia de Cristo Rei (até ao ano passado, a celebração decorria no Domingo de Ramos), alternando com um encontro internacional a cada dois ou três anos, numa grande cidade.

As edições internacionais destas jornadas promovidas pela Igreja Católica são um acontecimento religioso e cultural que reúne centenas de milhares de jovens de todo o mundo, durante cerca de uma semana.

A primeira edição aconteceu em 1986, em Roma, e desde então a JMJ já passou pelas seguintes cidades: Buenos Aires (1987), Santiago de Compostela (1989), Czestochowa (1991), Denver (1993), Manila (1995), Paris (1997), Roma (2000), Toronto (2002), Colónia (2005), Sidney (2008), Madrid (2011), Rio de Janeiro (2013), Cracóvia (2016) e Panamá (2019).

A Igreja algarvia tem marcado presença ao longo da história das JMJ. Participou na primeira em 1986 em Roma com dois autocarros com cerca de cem participantes e voltou a participar em 1989, em Santiago de Compostela, com 50 jovens. A presença algarvia repetiu-se em Paris com 150 elementos, em Roma com 400 elementos, em Colónia com 113 elementos, em Sidney com 13 elementos, em Madrid com 232 elementos, no Rio de Janeiro com 39 elementos, em Cracóvia com 104 elementos e no Panamá com 28 elementos.