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Foto © Samuel Mendonça

O bispo do Algarve disse no passado sábado aos finalistas da Universidade do Algarve (UAlg) que a “verdadeira sabedoria” se exprime nos “talentos e qualidades pessoais” e que a “realização pessoal e a felicidade que eles proporcionam não reside na quantidade, mas na capacidade, criatividade e ousadia de os desenvolver e colocar ao serviço dos outros, ao serviço do bem comum”.

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Foto © Samuel Mendonça

Na celebração da bênção das pastas, que este ano voltou ao Estádio de São Luís, em Faro, D. Manuel Quintas referiu-se à nova etapa de vida que espera os estudantes. “Não será fácil, mas sabemos todos que nada vos demoverá de ultrapassar as dificuldades que vos esperam e que sabereis dar o melhor de vós mesmos para as vencer e ultrapassar com o que melhor vos define e carateriza: o sonho, a criatividade, a persistência, a perseverança e a coragem de partir sempre para um novo recomeço, se tal vos for pedido e exigido”, afirmou.

O prelado lembrou aos finalistas que não estarão sozinhos no caminho que agora irão iniciar. “Não estais nem vos considereis sozinhos neste caminho. Queremos continuar a apoiar-vos. O vosso sucesso é também o nosso sucesso e também o sucesso do nosso país porque todos precisamos do vosso saber e do vosso dinamismo jovem para que possam ser criadas condições de uma vida melhor e mais digna para todos. É isso mesmo que queremos exprimir com esta oração de bênção que invocamos de Deus”, referiu.

O bispo do Algarve pediu ainda aos universitários que acolham Cristo como “fonte da sabedoria, como companheiro diário do caminho” que se preparam para percorrer. “Acolhei a sua mensagem como inspiradora das opções que tereis de fazer ao longo da vossa vida. A vossa vida só adquirirá pleno sentido se for pautada por valores que vos dignificam a vós próprios, bem como aos outros”, alertou.

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Foto © Samuel Mendonça

A bênção contou também com a presença do pastor Rodrigo Sequeira, da Igreja Evangélica e assistente espiritual de duas das finalistas, que fez uma oração pelos estudantes.

O reitor da UAlg, reconhecendo “a dificuldade com que muitos recém-licenciados se deparam de arranjar emprego na sua área de formação”, destacou que “o saber, mais do que um diploma que pode ou não dar o emprego, é o mais indispensável instrumento para quem quer ser livre”, lembrando que cada um “é do tamanho daquilo com que sonha e o tamanho do sonho de cada um determina a grandeza do que cada um pode ser”.

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Foto © Samuel Mendonça

António Branco lembrou que “um dos sonhos mais importantes da democracia é a educação para todos”. “E a educação é uma arma, sim. E uma das mais poderosas, mas como todas as armas tem de ser bem fabricada e tudo depende do que fazemos com ela”, acrescentou, pedindo aos finalistas que recomecem “todos os dias, cada um no seu ofício, porque o único desígnio que vale a pena é a reconstrução incessante do mundo”. “E o mundo não se pode reconstruir sem a nossa resistência, o nosso comprometimento, a nossa inteligência, a nossa força, a nossa exigência e o nosso investimento. Bem-hajam por não terem desistido de estudar”, concluiu.

Também o presidente da Associação Académica da UAlg, Rodrigo Teixeira, se referiu à “incerteza” que o futuro reserva aos finalistas, lembrando-lhes a “grande responsabilidade” de “mostrar a qualidade da formação” da universidade algarvia. “O vosso sucesso será o sucesso de toda a academia”, considerou.

Também o presidente da Câmara de Faro, Rogério Bacalhau, frisou que “as verdadeiras dificuldades começam agora”, mas que “cada um tem na mão o seu destino e é senhor do que fará”, lembrando que “a realização de cada um surge com o trabalho e com a devoção à causa que defender”.

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Foto © Samuel Mendonça

Cumprindo a tradição dos últimos anos, os estudantes entregaram ainda ao bispo do Algarve uma quantia monetária, resultante de uma recolha solidária realizada entre si, que acrescentará a renúncia dos católicos algarvios na última Quaresma para a construção da igreja do vicariato da Pedra Mourinha, em Portimão.

A celebração, promovida em colaboração pela Capelania e pela Associação Académica da UAlg – na qual se fez memória dos dois estudantes falecidos no último ano –, foi concelebrada pelo capelão, o cónego Carlos César Chantre, e pelos padres Nelson Rodrigues e José Chula e contou ainda com a atuação das tunas da academia.