
Embora com uma presença regular desde 1971, as irmãs do Instituto Missionário das Filhas de São Paulo (paulinas) apenas se estabeleceram, de forma definitiva, na Diocese do Algarve (em Faro) a partir de 1996.
Cumprem-se assim, no próximo dia 25 deste mês, 20 anos de presença das paulinas no Algarve que abriram pela primeira vez a livraria na rua do Município, em Faro, no ano de 1972, pela mão das irmãs Ana Maria e Lurdes Oliveira, mas apenas duraria quatro anos.
No entanto, as irmãs continuaram a residir na rua de São Pedro e a realizar as suas missões nas paróquias algarvias até deixarem aquela residência em 1980, saindo então do Algarve. Passaram depois a vir de Lisboa apenas no verão para as semanas bíblicas, ficando alojadas no Seminário de Faro.
Em 1995, por proposta de D. Manuel Madureira Dias, bispo do Algarve da altura, regressaram à diocese as irmãs Tecla Silva e Franca Carminati para (re)abrir a livraria que, depois de obras, seria inaugurada no dia 25 de janeiro de 1996, um dia simbólico por se assinalar a festa litúrgica da conversão de São Paulo. “D. Manuel Madureira teve muita influência na nossa vinda”, testemunha a irmã Andreia Berta, que começou a vir ao Algarve em 1971 e que regressou passados dois anos da reabertura da livraria.
Passando a residir desde então num apartamento adquirido na praça da Paz, a comunidade, ao longo destes 20 anos, têm percorrido a diocese toda. “Como diz o papa Francisco, temos de ir às periferias. Então, embora não tanto como antigamente, também fazemos muito trabalho por fora, sobretudo no verão. No verão procuramos ir ao encontro dos turistas e organizamos com as paróquias fins de semana com exposições de livros, estamos com as pessoas, falamos com elas e deixamos-lhe sempre uma mensagem”, explica a irmã Andreia Berta, considerando que se trata de “um trabalho muito positivo” que tem trazido um conhecimento profundo das necessidades, hábitos e gostos das pessoas das diferentes comunidades algarvias. “Já conhecemos as preferências de cada zona ou paróquia. Numa determinada comunidade gostam mais de publicações de espiritualidade, noutra de biografias, noutra de documentos”, testemunha aquela responsável pela livraria.
A religiosa lembra que “antigamente andava mais por fora, visitava as paróquias, as bibliotecas municipais e as livrarias”. “Hoje temos um vendedor e ele é que faz esse trabalho”, conta a irmã, explicando que a diminuição de vocações no instituto levou a que este serviço deixasse de ser feito pelas próprias religiosas.
Destacando o pensamento do fundador do instituto paulino, o beato Tiago Alberione, a irmã Andreia Berta sublinha que as livrarias das paulinas “são «catedrais» onde se anuncia a palavra de Deus”. “Mas a palavra não pode ficar só dentro da catedral, também tem de ir para fora. Então, como o nosso carisma não tem limites nos meios de comunicação, hoje em dia a nossa «catedral» estende-se à internet e às redes sociais como o Facebook e o Twitter”, acrescenta.
Ao longo destes 20 anos, a presença das irmãs paulinas e da sua livraria na Diocese do Algarve, a quarta a surgir no país, depois das de Lisboa, Funchal e Porto, tem constituído uma oportunidade para dar a conhecer a doutrina da Igreja, mas também o pensamento e a reflexão que a mesma vai fazendo através de vários autores. Para além de possibilitar o acesso dos algarvios a essa informação, a presença do instituto também tem sido um apoio importante para a pastoral da própria diocese.
Atualmente a comunidade algarvia das irmãs paulinas é composta, para além da irmã Andreia Berta, pelas irmãs Mariana Pereira e Lurdes Moreira.