peregrinacao_nacional_cne_fatima_2016Do Algarve participaram 909 escuteiros de 22 agrupamentos na peregrinação nacional do Corpo Nacional de Escutas a Fátima que teve lugar este fim-de-semana.

No total, o CNE congregou cerca de 50 mil escuteiros em Fátima de mais de 500 agrupamentos de norte a sul do país, Madeira e Açores, naquela que foi a primeira peregrinação nacional desde 2006, com o lema ‘10.100FM – sintoniza-te nos trilhos da misericórdia’.

“Em todas as nossas atividades criamos sempre uma simbologia. 10.100 tem a ver com a dezena, com os nossos 10 artigos da lei, os 10 mandamentos, e os 100 pela celebração das Aparições de Fátima”, explicou o chefe nacional do CNE.

À Agência Ecclesia, Norberto Correia referiu que a peregrinação nacional aconteceu numa ocasião “muito importante” para o movimento católico porque é o início das atividades do novo ano que querem “celebrar de uma maneira muito especial” pelo centenário das aparições de Nossa Senhora em Fátima (1917-2017), porque a misericórdia “toca muito profundamente” os escuteiros, para além de estar previsto um acampamento nacional.

A peregrinação foi preparada em quatro etapas: “Peregrinar”, percursos a pé de quatro a oito quilómetros; “Interpretar” com atividades em comunidades religiosas, na Basílica da Santíssima Trindade, pelo Santuário e ainda “Vivenciar” e “Celebrar”.

A atividade teve início no sábado com uma peregrinação a pé de todos os escuteiros até ao santuário, com os referidos percursos de quatro a oito quilómetros, com pontos de oração, reflexão, cânticos e aprendizagem histórica, culminando na Capelinha das Aparições.

Em declarações à Agência Ecclesia, após a abertura oficial do acampamento da peregrinação nacional, o vogal da Comissão Episcopal do Laicado e Família destacou que a importância do movimento juvenil começa “no serviço, na colaboração” que prestam às famílias na “educação integral” das crianças, adolescentes e jovens sendo “escola de valores, fraternidade de empenho social”.

D. Joaquim Mendes distinguiu, nesse sentido, o testemunho de “entrega e generosidade” dos dirigentes do movimento católico e assinalou ainda que ir a Fátima é “reforçar a identidade do CNE, que é escutismo católico” e sentirem-se um corpo, Igreja.

Na tarde de sábado, os escuteiros participaram em várias atividades ligadas ao centenário das aparições e ao Ano da Misericórdia, com passagem pela «Porta Santa» do jubileu, na Basílica da Santíssima Trindade. Das diversas iniciativas escutistas e momentos de participação na programação do Santuário de Fátima destacou-se um ‘painel comemorativo’, ou seja, a construção de uma escultura em azulejo português, que vai ficar na capela da Casa do Escuteiro em Fátima, para assinalar o centenário das aparições.

Foto © Flor de Lis
Foto © Flor de Lis

Ainda no sábado, decorreu a bênção das bandeiras da peregrinação e a abertura oficial de campo e o dia culminou a recitação do terço e procissão das velas, no recinto do Santuário de Fátima.

No domingo, D. Joaquim Mendes presidiu à eucaristia de encerramento da peregrinação, convidando os escuteiros a viver com a marca da “misericórdia”. “O CNE é chamado a prosseguir com renovada esperança o seu caminho, nos «trilhos da misericórdia». É tornar-se protagonista no serviço, tornar-se uma resposta concreta às necessidades da humanidade, é ser sinal vivo do amor misericordioso de Jesus para o nosso tempo”, disse o prelado.

Na homilia, enviada à Agência Ecclesia, D. Joaquim Mendes, bispo que acompanha o CNE, sublinhou aos participantes da peregrinação que caminhar pelos “trilhos da misericórdia” é assumir a misericórdia “como estilo de vida”, sonhar que podem “contribuir para tornar este mundo um pouco melhor”.

“Certamente que não faltarão dificuldades, mas não estamos sozinhos, somos muitos, somos um povo, e o olhar de Nossa Senhora poisa sobre nós e ajuda-nos a olhar uns para os outros de modo fraterno”, acrescentou o bispo auxiliar de Lisboa, observando que Maria «Mãe dos Escutas» ensinou a ter aquele olhar que “procura acolher, acompanhar, proteger”.

O vogal da Comissão Episcopal do Laicado e Família destacou também a metáfora do caminho que “define bem a identidade de cristãos” e um dos elementos “mais caraterísticos” do método escutista é o “sistema de patrulhas”.

“Para um escuteiro do CNE, a dimensão comunitária encontra a sua mais perfeita realização na Igreja, não de forma abstrata, mas na comunhão com as paróquias e comunidades religiosas”, assinalou.

Relembrando que o papa Francisco recomendou às guias e aos escuteiros católicos italianos, a 13 de junho de 2015, à «comunhão, diálogo, fazer pontes», D. Joaquim Mendes incentivou os escuteiros portugueses a caminharem juntos, a construírem pontes de fraternidade”. “Trata-se de concretizar o «somos um», o lema que vos guiou até aqui, de experimentar a beleza da comunhão e da unidade, que é a própria identidade de Igreja, do nosso ser povo em caminho”, desenvolveu.

Foto © Flor de Lis
Foto © Flor de Lis

O presidente da celebração desejou que os agrupamentos do CNE sejam “espaços de acolhimento, abertos a todos”. “Que os agrupamentos do CNE sejam espaços onde as crianças, adolescentes, jovens e adultos possam encontrar um ‘oásis de misericórdia’”, frisou.

O papa também enviou uma mensagem aos participantes da peregrinação, desejando que “com fé e audácia percorram sempre o caminho da santificação”. Através do Núncio Apostólico (embaixador), D. Rino Passigato, Francisco saudou com “paternal afeto” o CNE reunido em Fátima na eucaristia de encerramento da segunda peregrinação nacional. Francisco invocou a assistência do Espírito Santo e da Virgem Mãe para que “com fé e audácia percorram sempre o caminho da santificação seguindo o caminho da santificação, seguindo o evangelho e deem testemunho de generosidade, paz e bem”.

A mensagem foi lida pelo assistente nacional do CNE, o padre Luís Marinho, no final da eucaristia e o papa terminou com “uma bênção Apostólica a todos os presentes e todos os que trabalharam” nessa iniciativa, divulgou a Sala de Imprensa do Santuário de Fátima.

Da segunda Peregrinação Nacional Escutista ao Santuário de Fátima assinalou-se também a distinção do CNE ao santuário mariano com a Medalha de Agradecimento 1.ª classe – Ouro. O CNE destacou a “estreita e valiosa relação” do santuário da Cova da Iria com os escuteiros e “a disponibilidade para acolher” as suas iniciativas para a atribuição da medalha que foi entregue ao vice-reitor o padre Vitor Coutinho, informou o santuário.

com Ecclesia